21/01/09

Onde pára o Tribunal Penal Internacional?



Finalmente o Mundo e Bush estão de acordo.

1 comentário:

Anónimo disse...

EURONEWS

21/01/2009

O exército israelita passou do ataque, em Gaza, à defesa, nos tribunais internacionais, face a inúmeras acusações por crimes de guerra.

Os tanques concluíram esta manhã a retirada do território ao final de mais de duas semanas de ofensiva terrestre. As tropas permanecem, no entanto, junto à fronteira preparadas para reagir a novos lançamentos de mísseis do Hamas.

A força aérea tinha ontem bombardeado uma zona a norte da cidade de Gaza, em resposta ao disparo de seis mísseis artesanais palestinianos.

Mas o novo combate poderá travar-se agora no Tribunal Penal Internacional, quando várias associações humanitárias, como a Amnistia Internacional, se preparam para acusar Israel de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Em causa estão os ataques contra zonas civis e instalações da ONU com munições de fósforo branco e bombas de tungstênio, cuja utilizaçâo em zonas densamente povoadas é proibida pelas convenções internacionais.

A Cruz Vermelha internacional pretende apresentar uma queixa formal a Israel pelo entrave às suas operações, que provocaram a morte de um voluntário do Crescente Vermelho palestiniano, no início de Janeiro.

Paralelamente, a Agência Internacional de Energia Atómica encontra-se a investigar a alegada utilização de bombas com urânio empobrecido durante os ataques.

O exército israelita abriu por seu lado uma investigação a apenas um caso, reconhecendo ter disparado duas das cerca de mais de duzentas bombas de fósforo branco, lançadas durante a ofensiva.

****Mas os processos contra o exército arriscam-se a ficar sem efeito uma vez que Israel não está sob a jurisdição do Tribunal Penal Internacional*** (esta frase também pertence a notícia).

O massacre cometido por Israel em Gaza, com a anuência, cumplicidade e assentimento dos Estados Unidos, Europa, Rússia, China, Egipto, Jordânia, Arábia Saudita e a própria Autoridade Palestina, faz-me lembrar uma reflexão de um velho de barbas proferida há mais de 150 anos: "Hegel faz notar, algures que todos os grandes acontecimentos e personagens históricos ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa".

Claro que o velho de há 150 anos, referia-se aos acontecimentos específicos ocorridos em França no tempo de Napoleão e do sobrinho, quando ambos se armaram em Imperadores.

Eu cito a frase para recordar dois acontecimentos:

A ascensão de Hitler ao poder em 1933 pela via democrática (convém lembrar) e a criação do Estado de Israel (também pela via democrática).
Ou seja a implantação do nazi-fascismo no Mundo nos anos 30, bem como defesa do Grande Israel, iniciada em 1948, embora sucessos aparentemente muito diversificados e diferentes, teve (e tem no caso presente) subjacente o estabelecimento de uma estrutura de poder e força militar, que permitisse o florescimento e consolidação dos impérios dos senhores dos grandes bancos e da grande indústria.

E curiosamente, na germinação e evolução dos dois acontecimentos foram fomentados e financiados pelo mesmo tipo de artífices, os senhores do capital finaceiro e os potentados da grande indústria, que estavam sediados nos EUA, e eram dominados pelo que se denomina, actualmente, de lobie judeu (pois eles são na realidade o seu motor).

Ora, em 1945, apesar da derrota de Hitler, esse lobie, que depois abandonou apressadamente o líder nazi, foi o verdadeiro vencedor dessa guerra.

Desde o final da II Grande Guerra, os governos e potentados capitalistas ocidentais permitiram que, ao longo destas décadas, se implantasse o domínio global da aristocracia financeira especuladora, que domina a produção económica e a própria vida cultural.
Ora, essa "aristocracia" de privilegiados foi e é o financiador e motor de toda a máquina de guerra centrada em Israel para garantir o domínio do manancial de matérias-primas que estão estabelecidas na região do Cáucaso e Médio-Oriente.

Ora, é esta realidade que precisa de ser denunciada e "julgada" - até porque foi ela, essa "aristocracia" que escolheu Obama e o levou ao poder (eles dominam a banca, a indústria de guerra, a grande tecnologia, os principais meios de comunicação social).

Com a dimensão da crise e a falta completa de credibilidade dos seus governantes, ela vai procurar, com a nova administração norte-americana, refazer esse domínio do capital especulador. A invasão de Gaza está já inserida nesse propósito.

Claro que o efeito imediato saiu-lhe um pouco pela culatra e criou um movimento internacional de feroz crítica a Israel.

Mas, a questão não são apenas os fanáticos nazis da máquina militar israelita, são os seus "progenitores" e mentores, que devem ser chamados à pedra.

Enquanto não se tomar consciência desse "poder oculto", que maneja e actua nos bastidores, não se consegue levar ninguém a um Tribunal Penal, porque eles continuam a ser os vitoriosos e os senhores que manejam os cordelinhos.

E, se não se derrotar o poder do capital financeiro especulador, a tendência neste mundo global vai ser a da fascização progressiva mundial.

A classe média, atemorizada pela crise crescente, vai, cada vez mais, pedir um "partido da segurança e da ordem". E esse partido tem a sede mundial, neste momento, em Washington.
A bajulação e a paródia infantil internacional em torno de Obama, o salvador, estão directamente ligadas a esse medo cobarde de uma falsa segurança de um poder imperial.
Ao contrário do que pensa muita "gente de esquerda", Obama, depois dos primeiros meses de retórica, vai aplicar os ditames dos seus financiadores e mentores, pois o aprofundamento da crise e da pobraeza, irão fazer surgir reivindicações crescentes e mais duras. E para a administração norte-americana - e Obama disse-o no seu discurso de posse - tudo o que puser em causa o sistema económico-politico dos EUA vai ser considerado seu "inimigo". Logo tudo que o que cheirar a "movimento revolucionário" será rotulado e estigmatizado como "terrorista".

(Não é, por acaso, que os senhores da Segurança Pública em Portugal, já ameaçam que vão actuar contra "os anarquistas" que "calvagarem" os movimentos de protesto).

Meus caros, ou se actua de imediato contra todos os atentados à liberdade, ou teremos, nos próximos anos, governos sempre mais á direita, embora dirigidos, certamente,por "humanistas" ou "sociais democratas", que baterão com a mão no peito, com força, ao utilizarem o bastão
dizendo que o fazem em nome da democracia.

Serafim Lobato

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