Hoje é Dia da Marinha 2009
O tema Marinha é interessante de analisar dentro do espírito crítico que este blogue pretende ter.
Primeira perspectiva:
Simbolicamente, divulgamos a inauguração da sede de um dos numerosos Núcleos de «Marinheiros e ex-Marinheiros» espalhados por este país.
A passagem pela Marinha, como opção de carreira ou em cumprimento do serviço militar obrigatório, constitui uma boa recordação, que leva, todos os anos, milhares deles a percorrerem grandes distancias para encontros carregados de significado.
Mais ainda, levam filhos e netos, porque o orgulho é grande e querem partilhar a memória com os seus descendentes.
É a Marinha da coberta de proa, do pessoal da máquina, das longas conversas no quarto da noite e de outras pequenas grandes coisas!
Segunda perspectiva:
A Marinha é algo que outros querem esquecer.
Uns, porque não querem dissociar a "Marinha das guarnições e da camaradagem", da Marinha que falhou, eventualmente na pequenez dos homens ou nos erros de apreciações individuais.
Outros, aqueles que mais me preocupam, que foram esmagados no período pós-revolucionário e cuja única culpa é serem pequenos, hierarquicamente insignificantes.
A Marinha (leia-se Estado) soube desencadear os processos de "recuperação de carreiras" dos oficiais politicamente atingidos.
As praças que se envolveram, lado a lado, com esses mesmo oficiais, foram simplesmente "não reconduzidas", figura da época que simplesmente significava que a Marinha já não precisava desses homens. Tão só!
Olhamos para trás e não temos orgulho dessa faceta da "Revolução dos Cravos".
Na verdade, quase não existe, ninguém fala dela ...
2 comentários:
Fez muito bem em recordar o triste episódio que mostrou que, como é infelizmente habitual, são os mais indefesos (neste caso, praças) as vítimas de quem se utiliza de convenientes interpretações da lei ...
Generalizando, parece que com a agudização da situação económica, esta teoria é cada vez mais aplicada
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