O país vivia a ressaca da embriagues libertadora do 25 de Abril. Mas nos gabinetes frios dos paços episcopais, os tradicionais aliados das ditaduras mais repressivas arquitectam estratégias libertadoras da tenebrosa esquerda.
O bispo Francisco Santana entregou-lhe a direcção do «Jornal da Madeira», então o órgão oficial da Igreja, apostando em Cardoso Jardim para que a Festa ficasse à porta da abençoada Madeira.
No Verão Quente de 75 levou-o pela mão de paróquia em paróquia, apresentando-o às estruturas católicas e ao que restava do aparelho do Estado Novo.
E o milagre aconteceu! Ao sobrinho dedicado da ditadura, bastou adicionar uma dose de marialvismo alcoólico, umas distribuições de sacos de cimento e umas cumplicidades bem cozinhadas e ei-lo, transformado no popular defensor de pobres e oprimidos, paladino da autonomia e do progresso.
As gerações mudaram, mas a exploração da religiosidade do povo madeirense apenas se requintou.
Os comícios à saída das missas, nos adros das igrejas, foram o trampolim de Jardim, que chegou ao poder apoiado na Igreja e o foi cimentando à custa dos crentes que continuam ajoelhados.
A Virgem Maria regressou a Fátima, mas deixou no seu lugar o Sobrinho do Dr. Cardoso...
1 comentário:
Optimo POST!!! muito forte!!
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