22/08/08

Uma outra perspectiva dos nossos olímpicos

O número de medalhas olímpicas não é reflexo imediato do nível de evolução de um povo.
Mas que podemos tirar ilações curiosas, parece-me evidente.

O clube olímpico português que nos representou nos J.O., obteve resultados históricos e até nos levou a ter grandes perspectivas em modalidades que não fazem propriamente parte do LCD ou do Plasma da maioria dos portugueses.

Em tempos de má memória, os nossos realces olímpicos davam pelo nome de Vela e Hipismo.
A primeira, com uma prática circunscrita à elite da linha do Estoril, que utilizava os seus largos períodos de lazer para se superiorizar fisicamente através de uma das poucas actividades saudáveis, porventura influenciada pelo exemplo da participação de pretendentes a coroas reais.
O Hipismo, como imprescindível reflexo de uma elite militar em pleno fascismo, que massacrava as bestas para gáudio das outras que, nas bancadas, se escondiam atrás de leques coloridos.

Depois veio o desporto de massas, com as limitações de um país depauperado pela guerra colonial e pela exploração generalizada.

Com todo o respeito e admiração por Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro, é significativo como a medalha olímpica só esteve ao nosso alcance, durante esse período, em modalidades onde sobressaíam quenianos, etíopes e marroquinos. Sem qualquer preconceito terceiro-mundista, a verdade é que são modalidades sem grandes exigências técnicas, sem necessidades de equipamentos ou instalações especiais.

O primeiro sinal veio de Nuno Delgado, consumando-se nestes Jogos.
Modalidades como o Triatlo e o Triplo-salto, exigem uma especificidade técnica, aliada a equipamento e instalações adequados, genericamente pouco acessíveis no terceiro-mundo.
As nossas pretensões no Judo, Tiro, 100 m e Salto em comprimento, reforçam significativamente esta teoria.

Por isso, senhores governantes, sirvam-se alarvemente deste conceito, segundo o qual de-mos um significativo salto em frente no desporto, deixando o limitado campo das modalidades terceiro-mundistas.
Mas não se esqueçam:
A prática desportiva generalizada, donde saem os campeões, é um direito da população e o grande salto em frente, é apenas um passo numa longa caminhada para benefício do estado sanitário dos trabalhadores, da juventude e da terceira idade.
Se também for possível o espectáculo, tanto melhor!

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