03/03/08

Também nós devemos reflectir


Alguns sectores da sociedade portuguesa reagiram favoravelmente ao documento "Tomada de Posição da SEDES: um difuso mal-estar", tomando-o mesmo como uma referência de reposição dos valores da democracia portuguesa.
A SEDES, Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, constituída em 1970, teve um papel de relevo na política portuguesa pelo seu contributo de análise e reflexão.

Este documento, acima mencionado, enumera algumas preocupações que, na sua maioria, poderiam ser subscritas por todos os responsáveis partidários.
Outras, contudo, traçam objectivos neo-liberais, reflectindo o posicionamento dos seus promotores, dão ainda por adquirida a ideia que o desbloqueamento do regime se esgota nos Partidos e no Presidente da República e fundem, no mesmo cadinho, as diferentes responsabilidades políticas pela situação actual, quer oriundas dos partidos da governação, quer dos outros.

Estão no seu legítimo direito.

Mas, é fundamental salientar que o seguinte:
- Tal como é referido na História da SEDES, «Talvez não tenha havido um único Governo, desde o 25 de Abril, que não contasse entre os seus membros com associados da SEDES. ».
Portanto, não é legítimo colocarem-se num patamar transcendental, de neutrais observadores da situação actual da democracia portuguesa, porque, efectivamente, foram preponderantes no rumo por ela tomado.
- Não se trata de história passada, sugerindo-se que agora uma nata de novos críticos terão toda a legitimidade para apontar os erros e indicar novos caminhos.
Na verdade, o Conselho Coordenador desta Tomada de Posição, é constituído por empresários, economistas, políticos ou uma confortável mescla, com participação activa na área da governação deste maltratado país!

Hitler assassinou milhões de judeus!
... e não tinha sequer um ajudante nos fornos crematórios?

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