11/01/08

Carta aberta a um explorador de minas abandonadas

Sr. Comendador Joe Berardo

Apercebi-me através dos jornais, que já é proprietário do banco onde ponho o meu dinheiro, da empresa que produz o vinho que eu bebo e que até é proprietário da arte que eu admiro.
Sei que mais tarde ou mais cedo será dono da minha casa, a qual comprará com o meu dinheiro que depositei na CGD.
Do meu clube pode levar até a depenada águia "Vitória".
Longe vão os tempos em que comprou os detritos de várias minas de ouro abandonadas e lhes aplicou novos métodos. Peneirou-os bem e deles voltou a tirar ouro.
Contudo e dado o seu estatuto de bilionário nacional, considero meu dever ético avisá-lo que Portugal não é uma mina de ouro abandonada, porquanto existem outros "mineiros" pouco escrupulosos que se esforçam por explorá-la até aos limites, com a cobertura dos nossos capatazes. Alguns dos quais lhe poderão armadilhar a saída da mina.
Antes que isso aconteça, urge, para já, que integre o Conselho de Remunerações do BCP. Como diz o ditado popular, "será pôr a raposa a guardar o galinheiro".
A bem da nação
A Fúria do Cajado

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