O tema está na ordem do dia e merece uma reflexão.
Deverá um político candidatar-se a mais do que um cargo?
Uma candidatura ao Parlamento Europeu é compatível com uma candidatura autárquica?
Não é conciliável o exercício dos dois cargos, até mesmo por razões de distancia física entre os dois locais de trabalho.
E entre a pretensão de eleição à Assembleia da República e uma candidatura autárquica?
Depende. Um deputado pode conciliar com o exercício de eleito para uma Assembleia Municipal no distrito de Setúbal. A proximidade e a menor exigência temporal da A.M. são conciliáveis e por vezes até complementares se o deputado for eleito pelo distrito.
Genericamente:
Não se afigura haver inconciliação se o duplo candidato considerar que pode exercer os dois cargos com a dignidade e empenhamento que cada um deles exige.
Agora um candidato que quer pôr um pé em Bruxelas e outro em Portugal, obviamente que vai roçar com os tomates nos Pirinéus.
Nesse caso, mesmo que o dito não se importe com a incomodidade, o seu partido deve providenciar pelo seu bem-estar ou ... pelo nosso.
Outro exemplo:
Um alfacinha, nado e criado na Rua do Alecrim, com lugar cativo nos estúdios da SIC, recebe "guia de marcha" para apresentar-se em Bragança para defender as cores do seu partido na respectiva Assembleia Municipal.
Se a estrutura local do seu agrupamento político achar que constitui uma mais-valia (estamos a falar de partidos em que a democracia interna funciona) é perfeitamente lícito que essa análise seja sujeita à perspicácia do eleitorado.
Se os eleitores ficarem deslumbrados com o/a candidato/a cujo melhor mérito é integrar a telenovela das 22 horas ou conhecer os segredos do futebol-espectáculo, então tudo o que acima foi dito é ... uma batata!
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