26/07/10

Mais debates, melhor Democracia

O desafio lançado aos pacientes leitores deste blogue, através do CONVITE AOS LEITORES PARA UM DEBATE (última postagem), teve um resultado encorajador.
Propunha-se partir de uma abordagem da governação de Isaltino de Morais em Oeiras, através da apresentação de comentários sobre o caso específico, para situações similares que nos interrogam sobre a consistência da nossa Democracia.

Para além de ter suscitado opiniões bastante interessantes, teve a riqueza da expressão de diferentes conceitos sobre o tema.
Correndo alguns riscos, vamos sublinhar algumas das ideias expressas, essencialmente com o grande objectivo de estimular a consulta dos desenvolvimentos dessas ideias nos comentários da referida postagem anterior.

Assim, foi referido:

O povo não tem uma vida que lhe permita filosofar

O PSD vai melhorar o problema da corrupção (impossibilidade de candidatos autárquicos que sejam condenados, poderem candidatar-se) com a revisão constitucional

A manutenção do poder por parte de governantes pouco recomendáveis, do ponto de vista da corrupção, depende de factores como ter boas opções políticas ou obter fundos do exterior.

Condenação genérica do “rouba, mas faz…”


O Poder Local está podre. As honrosas excepções são mínimas.

Quando o autarca é acusado, este agarra-se ainda mais ao poder para melhor se poder defender. Os empresários da construção civil e outros, apoiam-no e defendem-no, porque assim também se estão a proteger. A melhor defesa … é a recandidatura.

O povo é louco por “obra feita”


A introdução de mais mecanismos de democracia directa, pesem os implícitos inconvenientes inerentes ao maior peso das “famílias” (em sentido lato) locais, poderia vir a produzir um maior envolvimento da sociedade na coisa pública.


O procedimento ético (suspender o mandato) bastante comum na maioria das democracias, não tem infelizmente vindo a ser suficientemente reclamado pela opinião pública, talvez porque considere que a lentidão da justiça poderia causar danos irreparáveis a quem viesse a ser ilibado.
Sinais de uma democracia menos sólida do que muitos pensam.


Sem a denúncia da comunicação social, estes casos de corrupção “não existiam”


Serafim Lobato também aflora uma questão que, por si só, já justificava um excelente debate para o futuro. Para além da falta de independência do poder judicial relativamente aos poderes económico, social e político, o jogo estará viciado (leia-se processos arquivados) num conluio de irmandades, sociedades secretas, interligações de seitas religiosas e profanas.

Será que algum dos bloguistas, que participou neste debate, pretende agarrar este tema que sempre me despertou interesse e desencadear um debate no seu blogue:
- Qual o grau de influência no nosso quotidiano das ditas sociedades secretas? Servirão para satisfazer o nosso apetite pela "teoria da conspiração" (com grande importância no aligeirar das nossas próprias responsabilidades) ou efectivamente constituem um supra poder que não se sujeita aos tradicionais processos eleitorais?

Salvo melhor opinião, seria interessante dar continuidade a esta iniciativa de trocas de opinião, utilizando outros espaços da nossa blogoesfera e envolvendo os participantes deste debate e ainda outros, aceitando, para isso, a sugestão acima enunciada ou lançando outro tema de interesse actual.
Prometo a minha modesta participação!

1 comentário:

s.lobato disse...

Caro Robles:

É só seguir os destinos dos integrados nas ditas confrarias.

Ministros, homens de negócios que foram políticos, jornalistas, que não servem para mais nada senão para colocar a escriba ditada, padres que são elevados à alta gestão do Estado, generais e almirantes que subiram não sei como, magistrados que são colocados "cirurgicamente" nos locais de interesse.

Saiu, há uma semana, uma reportagem na revista Sábado, dando-lhe um desconto, estão listas e listas de homens que se guindaram a lugares, sem saber ler e escrever. Porquê? Pela sua inteligência?

Um pequena estória, que tem já mais de 15 anos: escrevi algo sobre a falta de mulheres no interior do OPUS DEI. Recebi um telefonema de uma então jovem jornalista a propor-me uma reunião, onde estaria presente uma "representante" oficial do OPUS. Disse que sim. Queria saber. Apareceram a s duas, com muita informação.

Pois, uma das ditas é hoje directora de informação de um importante órgão de informação da Igreja Católica.

Como te digo é só ver as peças no baralho.

Um abraço,

SL

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Esta frase de cariz popular, representava uma forma simbólica de dizer que levantava muitas objecções e exigia explicações a algo que lhe merecia desconfiança.
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