08/10/09

A arrogância passeia-se pelo circo


Realizou-se, ontem, um debate entre os candidatos à Assembleia Municipal do Seixal.

Destaco dois momentos-chave da referida sessão:

1º - Marcada para as 21.00 teve início às 21.45 porque se aguardou pelo candidato da CDU que estava num comício. A pessoa em causa foi o primeiro a falar e a única coisa de interesse que transmitiu foi que, mal acabasse a sua intervenção inicial de 8 minutos, tinha de se retirar para o dito comício. Prometeu voltar para fazer o encerramento de 2 minutos atribuídos aos candidatos.

Pedido de desculpas pelo atraso, zero!
Pelo meio e para encher, leu o regulamento da Assembleia Municipal...

2º - O elemento da CDU que substituiu o candidato, deu as explicações que entendeu aos argumentos apresentados pelo público (o público simpatizante da CDU estava no comício) e rematou com a frase «as pessoas que estão na sala não são democratas», a qual, por já não haver possibilidade de intervenção do público, me pôs a milhas da sala.

Pelo meio, boas e até excelentes intervenções da assistência.

Contudo, algumas, pessoalizavam as críticas, o que me pareceu incorrecto, uma vez que em nada contribui para credibilizar a discussão política.

Por esse país fora, as Assembleias Municipais e as Assembleias de Freguesia realizam-se praticamente sem a participação dos cidadãos. As eleições registam níveis de abstenção assustadores.

Atitudes de desprezo pelas instituições onde estão inseridos, como foi o caso da CDU no debate de ontem, alimentam o divórcio das pessoas com as instituições políticas e com os seus protagonistas.

Consolaram-me.

Disseram-me que no debate do dia anterior, entre os candidatos à Câmara do Seixal, foi um espectáculo degradante para a Democracia, protagonizado por responsáveis(??) do poder local - CDU- e pelas respostas(??) de uma parte da oposição.

Intencionalmente, não citei nomes dos intervenientes. Não é o Pedro, o Paulo, o António, etc que devem ser apontados.

São os respectivos partidos que devem ser responsabilizados e desejavelmente, castigados eleitoralmente.

As pessoas não lêem os programas dos partidos.
Não é grave.

Devem é conhecer a respectiva prática política, em cenários como aquele que descrevi e no exercício das funções para que foram eleitos.

Até lá, manda a propaganda!


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