Não vou falar-vos de cães.
Vou falar de pessoas, que, ao contrário dos cães perigosos, têm a lei do seu lado, mas provocam mais danos do que o nosso "fiel amigo".
São os chamados "médicos da tranca", ou seja, aqueles licenciados em Medicina, que, por indevidas heranças do passado, respondem com perigosa arrogância à submissão medieval dos pensionistas que teimosamente querem sobreviver.
Não tenho argumentos para questionar se, por razões de ordem psicológica, ou por razões de afirmação perante o lobby farmacêutico ou até por razões de esmero profissional, alguns médicos "trancam" a sua prescrição de medicamentos, impedindo o acesso aos genéricos.
Tão pouco as explicações dadas pela Ordem são convincentes, por estarem condicionadas a interesses corporativos, uns mais claros do que outros.
Tão pouco generalizarei a criminosa atitude de alguns médicos, que condicionam a receita a interesses pessoais de ordem turística.
A verdade é que a atitude dos "médicos da tranca", faz a diferença entre os utentes mais desesperados economicamente, comprarem o medicamento ou não comprarem.
Deixem para quem pode, o usufruto de escolher o medicamento de marca, porque «se dão melhor com ele».
Hipócrita, na melhor das hipóteses, a atitude do governo socialista, quando, depois de atribuir genéricos gratuitos para pensionistas com uma mão em tempo eleitoralmente oportuno, vem, com a outra mão, deixar o caminho livre à ganância farmacêutica para lhes retirar aquela benesse.
Estranhamente, estes filmes terminam sempre com o pensionista encurralado pelos "cães perigosos"!
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