Zeca Afonso foi sempre mal-amado - Zélia Afonso em entrevista ao DN
Que sina é esta de mordermos os calcanhares a quem se destaca na cultura e que o faz precisamente como se fora um cidadão comum?
Tímido, solidário e fatalmente independente, condições para ser mal-amado.
Do outro lado, o herói da canção pimba, marioneta de interesses comerciais e que se impõe pela repetição até à exaustão...
Discos de platina, reportagens televisivas desde o berço (paupérrimo de preferência) e clubes de fãs estupidificadas pelos media, constroiem o ídolo que corre para os braços (e bolsas) dos emigrantes para lhes pôr grilhetas de desenvolvimento cultural.
Zélia Afonso esteve à altura do Zeca. Foi discreta, recusou a imagem do sensacionalismo e chegou ao ponto de dizer que nem queria contar nada ao jornalista.
Uma entrevista que não será referida nas páginas da imprensa cor-de-rosa e tem todas as condições para não ser lida pela maioria de nós.
Coerentemente!
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