10/09/09

A voz do poder

Existem vários factores relevantes nesta campanha eleitoral.

Pela sua actualidade, saliento aquele que, para mim, é o mais interessante - o Bloco de Esquerda deixou de ser um partido "engraçado" e anda a dar saltos olímpicos nas votações e nas sondagens.

Pela primeira vez o BE apareceu em 1º lugar em várias mesas de voto. Esta simples frase tinha qualquer coisa de inconcebível e talvez até de ridícula há anos atrás.


Um parágrafo curioso de um jornalista do Expresso, que se identifica politicamente «no traço contínuo daquela via rápida a fazer de mesa naquele estúdio» (dos debates):



A explicação menos clara de F. Louçã sobre o tema política fiscal do BE, foi explorada até ao limite, inacreditável, de Sócrates ter descoberto nisso um ataque à classe média, "desmascarando" o seu adversário.

Na insistência de Sócrates, Louçã deixou a ideia bastante clara:

O sistema deve ser mais simples, com menos deduções, e com impostos mais baixos para quem trabalha. As deduções e os benefícios só servem para quem tem mais recursos e mais informação, e são uma forma regressiva de imposto, prejudicando sempre os cidadãos com menor poder de consumo

Além disso, tudo o que o BE defende como gratuito, obviamente que não deve ser benefícios fiscais.


Seria curioso se o episódio das camas retiradas do hospital de Seia, logo a seguir à inauguração (denúncia e indignação do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses) fosse objectivamente comentado como um acto de hipocrisia e desfaçatez política.


A realidade política entra na mó da comunicação social dominante e sai de lá transvestida de voz do poder!



2 comentários:

Andesman disse...

Louçã já teve melhores prestações no parlamento e na TV. Mas Sócrates também contribuiu para isso ao aproveitar algo não muito bem definido por parte do BE no seu programa. Aquela tirada do hospital de Seia guardada por Louçã para o final, não teve o efeito calculado e desejado precisamente por isso; e tanto foi assim que nem os comentadores das TV,s sobre o debate logo a seguir lhe fizeram qualquer referência.

RR disse...

Caricaturando aquela selecção de comentadores, acho que as suas críticas e análises podiam ter sido feitas até mesmo antes do debate, tal o posicionamento político dos referidos comentadores.

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