30/10/08

Uma esmolinha patrão...


O presidente da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPMES) disse hoje que se o primeiro-ministro "insistir" no aumento do salário mínimo, a associação determinará junto dos seus associados a não renovação dos contratos a termo.


Portugal empresarial no seu pior!

Continuam a pensar como patrões e não como gestores. O importante é pagar o mínimo possível para garantir a sobrevivência e a rentabilidade da empresa. Motivação do trabalhador é um conceito que só se aplica quando falam de futebol.

Quando constatamos que estamos a falar de 5% dos trabalhadores, tudo isto cheira a chantagem para que seja o Estado "a pagar a crise". Se pagamos a crise dos banqueiros...


Estamos a falar de um país em que 18% da população vive abaixo do limiar da pobreza!

Estamos a falar em pagar 50 euros acima do valor estimado para o limiar da pobreza!

Banqueiros no século da prosperidade e a base dos trabalhadores como proletários da era industrial, remete-nos para uma caricatura de um país virado para o futuro!



4 comentários:

amsf disse...

Parece que não são só esses a chantagear. Os militares, Loureiro dos Santos, não ficaram atrás! É feio usar o exemplo dos jovens militares para simplesmente conseguir melhores salários para as altas patentes. Faz-me lembrar a reacção dos parasitas do desporto profissional que quando se fala em cortar os subsídios ao desporto põem atletas não profissionais à frente das câmaras como se fossem esses atletas a beneficiar dessas benesses!

RR disse...

Não creio que a questão dos militares possa ser comparada com a de outras categorias profissionais.
Os jovens militares não têm possibilidade legal de exprimir o seu descontentamento e terão de ser os oficiais na reforma a transmitir o seu estado de espírito.
É pouco assimilável pelos militares que o governo não cumpra a legislação em vigor.
Não havendo sindicatos nas forças armadas, a defesa dos direitos dos militares passa pelas respectivas Associações, mas principalmente pelo governo.
Contudo se este desconsidera e ignora essas Associações, resta aos militares ficarem gloriosamente calados e resignados.

amsf disse...

Pessoalmente não sei se o Governo cumpre ou não a legislação em vigor, o que sei é que todas as classes profissionais estão descontentes! Essas palavras do sr. em questão cheiram a chantagem e não parece que seja para defender os interesses remuneratórios dos simples militares! Suponho que os polícias terão mais razões de queixa do que os militares e com agravante de serem de forma permanente mais úteis à sociedade e correrem mais riscos do que os militares. A solução dos problemas económicos e pessoais dos militares portugueses talvez passe por "emprega-los" de forma rotativa nas missões de paz por esse mundo fora. Parece que se ganha muito bem! Compreendo que tenha uma visão muito pessoal do problema no entanto com razões de queixa quase todos os portugueses!

RR disse...

Julgo que o problema está em graduar as classes profissionais em maior ou menor utilidade à sociedade.
A Constituição limita-se a atribuir às Forças Armadas a defesa militar da República, o que, convenhamos, não é uma tarefa menor.
A minha visão pessoal leva-me a defender as F.A., numa relação equilibrada com a designada sociedade civil, o que não significa que necessariamente concorde com estas F.A..
Quanto às razões de queixa de quase todos os portugueses, espero que não se deva ao facto de terem feito o 25 Abril e de, pela 1ª vez na história, não terem ficado com o poder.

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