04/10/08

Convergência ou "Mais CDU"?

Jerónimo de Sousa admite «convergência» com BE



É um tema demasiado complexo para receber de imediato a concordância ou a discordância do Cajado.
Contudo, convenhamos que Jerónimo de Sousa(JS) não começa muito bem, neste pressuposto dos dois partidos calcorrearem lado-a-lado os próximos caminhos.
Nas mesmas declarações em que admite convergência, levanta logo o problema do BE ter «um espírito muito concorrencial com o PCP».
No mesmo contexto, faz uma pergunta, a qual, em si mesma, é portadora de uma enorme carga crítica. Pergunta JS: «A questão que se coloca é se 'sim ou não que a situação [do país] exige uma ruptura, uma mudança?'. 'Que demarcação [tem o BE] com esta política'?»
É estranho que JS não se tenha apercebido das posições do BE no Parlamento e nos diferentes espaços de luta, onde o PCP também tem estado presente.
É estranho que JS admita uma convergência com um partido que lhe oferece esta "pequena dúvida" de fundo.
É estranho que JS lamente que o BE tem um espírito muito concorrencial com o PCP, quando, fazendo uma sumária pesquisa a recentes artigos de Opinião do jornal Avante, o BE tem sido prendado com críticas violentas e até de muito mau gosto.
Vejamos:
O Maio deles, um verdadeiro mimo no seu todo, chegando a comparar as iniciativas do BE com as do salazarismo...
Fortes como punhos, onde é referido que a «liberdade de desinformar – no total desrespeito pela democracia, pelos direitos, pela inteligência e pela sensibilidade dos cidadãos», «está na mesma linha do e ao serviço dos mesmos interesses» «do chefe da UGT e da Convenção do Bloco de Esquerda».
Bloco de Esquerda - Um neo-reformismo de fachada socialista, onde acusa F. Louçã de «contrapor as suas teses às do PCP, que teima em imitar ao contrário.»

Será que JS quer mesmo convergências?
Ou é uma manobra política de propor, "solidariamente", algo que sabe não ter condições para ser aceite, ficando assim com o trunfo da abertura rejeitada?

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