31/10/08

Estão abertos concursos para privilegiados

O tema Forças Armadas ainda não foi esquecido pela comunicação social. Estou em crer que amanhã já não é merecedor de qualquer artigo. Talvez num Domingo de chuva, quando as notícias escasseiam e o jornalista não tenha outra matéria mais apelativa ou chocante.


Por isso, hoje ainda li as declarações de generais, opiniões de jornalistas e fundamentalmente, os comentários anónimos ou identificados.

A ligeireza (imbecilidade?) com que se ouve um grito lá do meio da manada, a dizer que "os políticos são todos iguais, só querem gamar", é a mesma quando, muito orgulhosos, criticam os militares pelos "seus enormes privilégios" e pela "sua improdutividade".


Para o cidadão saudável, homem ou mulher, que inicia a sua vida activa,

e considera os membros das Forças Armadas uns privilegiados,

aqui estão diversificadas oportunidades de carreira, só no Exército.


Contudo, metade dos postos de trabalho oferecidos em 2007 pelo Exército no Comando da Zona Militar dos Açores, ficaram por preencher!




2 comentários:

amsf disse...

Suponho que mesmo que quizesse não seria aceite por razões psicológicas/ideológicas. Se bem me lembro, quando fui à inspecção (1992 ?) tive que fazer uma redação como prova para integrar a Escola de oficiais (?). Pelo género de perguntas percebi logo que o objectivo seria perceber quem é que teria a estrutura psicológica certa para ser convenientemente moldado. Fui muito sincero nas minhas respostas e como seria de esperar fui incorporado na Reserva. É evidente que um cidadão do mundo, um apátrida e ateu não é a melhor matéria prima para as forças armadas!

As Forças Armadas são uma componente importante de um Estado no entanto tem que perceber que estão sujeitos aos mesmos problemas económicos que o cidadão comum! Nas ditaduras é que os corpos de segurança têm um tratamento previlegiado como forma de garantir a segurança do regime. Aliás, o 25 de Abril só foi despoletado porque o Regime não "acarinhou" devidamente os capitães! A partir desse momento juntaram-se outros elementos que transformaram o 25 de Abril naquilo que ele foi. Suponho que os militares que na altura fizeram o 25 de Abril não pensem agora que deveriam ter tomado a caminho do Pinochet!

RR disse...

Caro amsf
Permita que lhe diga que tem uma ideia deformada sobre as F.A.
Os elementos que as constituem reflectem, muito simplesmente, as qualidades e os defeitos da população portuguesa.
Fui Chefe da Repartição de Recrutamento e Selecção da Marinha e posso garantir-lhe que as baterias de testes e os exames psico-fisiológicos não apontam, minimamente, para escolher elementos para uma "guarda pretoriana", embora seja esse o desejo de alguns proeminentes políticos da nossa praça.
O 25 de Abril não teria ocorrido se o regime tivesse "acarinhado" todos os cidadãos. Os militares não se vendem nem mais nem menos que a maioria dos cidadãos. Este é o meu ponto de vista, porventura não partilhado por outros meus camaradas, que consideram os militares "acima de qualquer suspeita".
Quanto ao Pinochet...temos de admitir que seriam extremamente burros em arriscar a sua liberdade para podermos sair de um regime fascista e enveredarmos por um regime nazi.

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