Relógios há muitos...

Um deputado do PND, entendeu, de uma forma insólita, manifestar, na ALR, o seu desacordo com a intenção de reduzir os tempos de intervenção dos deputados da oposição.
Ou, se quiserem, entendeu transmitir, de uma forma ofensiva à dignidade daquele parlamento, a sua impotência de contrariar uma proposta de alteração do regimento, também essa indigna para a oposição de um regime pretensamente democrático.

Seguiram-se as consequentes reacções, que passamos a criticar:
- Respeitamos a opinião daqueles que entenderam pôr em causa o comportamento deste deputado. Compreendemos que não seja fácil aceitar que se utilizem as mesmas atitudes de despudor para com a ALR, daqueles que pretendemos criticar...
- Não respeitamos a opinião dos pseudo moralistas, dos "puros do regime", que, umas semanas antes, aceitam placidamente (aplaudem?) a classificação de "bando de loucos" aos deputados e a ALR indigna de receber o Presidente da República e agora classifica o mesmo espaço, como um templo improfanável, não dado a brincadeiras de pouco decoro...

A coerência não parece fazer ninho entre os donos do referido "santuário".

Quando a boçalidade andava à solta e os "santos" aplaudiam, tudo estava bem e no seu devido lugar. Como terá de ser! Para preservar a espécie em vias de extinção!

Quando lançavam referências ofensivas a defeitos físicos de certos deputados, o riso levava às lágrimas.

Quando espumavam ofensas dirigidas à dignidade pessoal de autoridades do Estado, tudo era tiques de concordância.

Quando as ameaças físicas e as ofensas gratuitas faziam feira na Assembleia, o cunho de condescendente marialvismo só era profanado por jornalistas "mentirosos".

Quando as comemorações do 25 de Abril na Assembleia eram consideradas "uma cagada", estalavam foguetes de bajulação.

É dura a realidade, não é?

Vá lá, façam um acordo:
- O deputado do PND tira o relógio e a "maioria" compromete-se a respeitar a casa dos representantes do povo madeirense!

Experimentem esta sensação, pode ser que até vão gostar...