09/05/08

Debaixo da calçada, a praia


A pesquisa de notícias on-line, ocasiona, por vezes, a leitura de um artigo e, só posteriormente, o órgão de comunicação onde está transcrito.

Foi assim que li um artigo intitulado "O Maio deles", sobre uma iniciativa do B.E. na cantina do ISCTE, sobre o Maio 68, do qual menciono um extracto:

"Já faz lembrar aqueles que vinham ver e ouvir o «Baltazar» ao vivo – isto por mal acomparado e sem ofensa. É claro que só podem ouvir o Louçã, mas não tem importância: os excursionistas que vinham aos Maios promovidos pelo salazarismo também nunca souberam quem era o tal «Baltazar» que lhes pagava a viagem"

Recordando o episódio «Baltazar», em pleno fascismo:

Maria Leonor fora fazer a reportagem de uma manifestação de apoio a Salazar. Grande Multidão, a repórter faz perguntas entre os manifestantes. Encontra uma mulher, típica provinciana, e dirige-lhe o microfone: «Então, porque veio aqui?» A mulher responde: «Olhe, andaram lá na terra a pedir para a gente vir dar vivas ao... ao...» Rápida, Maria Leonor, atalha: «Salazar!» Radiante, a entrevistada repete: «Isso mesmo, Baltazar

Por mera rotina, fui verificar se era mesmo um artigo de "O Diabo".
Espanto!
Era do "Avante".

Mais do que demonstrativo de enorme sectarismo é ofensivo e hipócrita (ofende dizendo que é "sem ofensa"...)
Talvez a explicação esteja em este articulista classificar de «frases misteriosas», uma das mensagens daquele Maio de 68, «Debaixo da calçada, a praia» e não «Debaixo do alcatrão (?), a praia», utilizada pelos estudantes que levantavam as pedras da calçada para se defenderem das investidas policiais e encontravam a areia da "praia" almejada.
Talvez seja daqueles que nunca imaginarão que debaixo da negritude, está sempre o sonho «que comanda a vida».

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