09/11/09

Tirem esses óculos!


O Muro de Berlim caiu há 20 anos.

Muitos de nós recordamos as cenas de felicidade e loucura daqueles dias.

Afinal, as imagens que nos mostraram retratavam a felicidade dos alemães ocidentais em, finalmente, entrar no paraíso da RDA!

Pelo menos é o que nos leva a pensar o "Avante".

Para este jornal, a queda do muro significou a desgraça e o fim da liberdade. Erich Honecker, antigo chefe de Estado da RDA, é citado para reforçar a ideia que na RDA havia uma liberdade inigualável.

Como é possível, em 2009, em plena era da comunicação, fazer crer que o filme cinzento é mais belo que o video de todas as cores? Mesmo que no video uns apareçam com cores fortes e outros com elas esbatidas.

Ouve uma sondagem saudosista?

Então vejamos outra da BBC, a nível mundial.

Mais de metade dos inquiridos aprova o desmantelamento da União Soviética e 24% não se pronunciaram. Mas, com lucidez, revelaram a insatisfação generalizada com o capitalismo no Mundo e até 23% dos inquiridos consideram que o capitalismo tem defeitos irremediáveis e que é indispensável um novo modelo.

Um novo modelo, oiçam bem!

A opção não se põe entre este capitalismo e o "socialismo" de Honecker.

Eu provei o cizentismo. Em Leninegrado e em Lisboa. Não, obrigado!

Por outro lado, o Muro caiu, mas a poeira do capitalismo ainda anda no ar ...

2 comentários:

Júlio Almas disse...

Um muro é sempre um muro.
Representa o fim de uma expansão, pelo menos foi assim para os romanos e para os chineses com as muralhas de Adriano e a Grande Muralha.
Vi, erradamente do meu ponto de vista, na blogosfera e alguns meios de comunicação, a referência, desculpa, comparação com os muros construídos por Israel e Estado Unidos. É certo que um muro é sempre um muro. Representa ele mesmo a barreira de divisão, quer de humanos para humanos, de humanos para animais ou nalguns casos, de humanos para a natureza.
Neste caso penso haver alguma tentativa fútil de reescrever a história. O Muro de Berlim representava o limite de uma prisão, existia unicamente para impedir a fuga de alguém contrário ao regime vigente. Representava o medo e lembrança da ameaça de guerra nuclear entre duas pre-potências mundiais.
Estes novos muros representam a segregação. Motivo não menos nobre que o anterior, motivo sempre lamentável.
Continuarei contra qualquer tipo de muro. Seja ele qual for.
Mas ainda me lembro da sensação de alivio e vitória quando esse lamentável muro caiu.

Por falar em muralhas, uma que valha.

http://www.youtube.com/watch?v=x8sEU-vU4AU

Júlio Almas

xeca disse...

Como no filme "goodbye lenine" onde o filho justificava à mãe, crente profunda no regime da RDA, que as imagens na televisão eram dos alemães de Berlim ocidental eufóricos a querer entrar no Leste, esse paraíso social.

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