02/03/09

Amigos para sempre!


Não há dúvida que o cargo de Presidente da República da Guiné-Bissau, é uma profissão de risco.
Principalmente quando este assume ligações perigosas, assassinatos de adversários políticos e a chefia de um país na rota do narcotráfico internacional.


Empresário Manuel Macedo

Conselheiro de Nino Vieira, ex-presidente da Associação de Amizade Portugal/Indonésia, conhecido por manter contactos comerciais com a Indonésia, no tempo em que Timor vivia debaixo das armas de fogo do ditador Suharto. Tinha sido preso no Porto, por ameaça de agressão a um policial.

Valentim Loureiro, representante de "honra" de Nino no Porto.

Fernando Barata, idem em Faro.


O antigo vice-presidente, Paulo Correia, e mais cinco personalidades, consideradas culpadas de uma conjura, foram mandados executar por Nino Vieira em 1986.


Terá mandado executar o seu Chefe do E.M.G.F.A., desencadeando o seu próprio fim?

O General que recentemente tinha mandado desarmar as milícias do Presidente da República, tinha a cabeça "a prémio".


Mas, com Conselheiros deste tipo, nem sei como escapou a 1ª dama...
A minha homenagem ao guerrilheiro Nino Vieira.
Herói nacional, se tivesse morrido em combate!

4 comentários:

amsf disse...

Suspeito que essa ligação entre Valentim Loureiro e Nino Vieira terá algo a ver com o facto do primeiro ter prestado o seu serviço militar na Guiné. Será possível que o primeiro mantivesse relações comerciais, à época, com o segundo!?

Anónimo disse...

Nino Vieira era um menino do coro face aos seus homólgos internacionais.

1 - A Chefia de um Estado capitalista (melhor dizendo, neste caso, proto-capitalista, com laivos acentuados de feudalismo) é idêntica em qualquer parte do mundo (Ocidente, Oriente, África ou Oceania).

As ligações perigosas da Guiné-Bissau são insignificantes face às verdadeiras, enraizadas e terríficas existentes nos grandes Estados, comos os Eua, Rússia, China, Inglaterra, Alemanha ou França.

O centro do narcotráfico está no interior do próprio sistema financeiro internacional.

A maior estrutura internacional ligada ao narcotráfico chama-se DEA, é norte-americana, e, do ponto de vista institucional, é,oficialmente, um organismo nacional de combate ao narco-tráfico. É, precisamente, a DEA que controla todo a estrutura de tráfico da América Latina, cujo epicentro é a Colômbia, o Panamá, o México, em em sintonia, perfeita com os prinicipais centros clandestinos de produção e distribuição da Venezuela, Perú, Bolívia e Brasil.

Foram os EUA, por um lado, que controlaram, através de actividades encobertas, praticamente, toda a distribuição de droga do Sudeste Asiático, com a organização "semi-oficial" da CIA, nos anos 60 e 70 e, por outro, a própria China que utilizava Hong Kong e Macau, como "portas de entrada e saida" de droga e divisas para a traficância no mundo ocidental. Hoje, é natural que os canais se tenham diversificado conforme se mudaram as zonas de influência.

A ex-US tentou organizar, ela própria, o controlo da rota do ópio do Afeganistão nos seus tempos de ocupação daquele país.

Em Itália, havia, anos atrás, uma relação directa entre o Estado italiano e a Máfia no controlo dos negócios ilicítos, branqueamento de capitais, assassinatos, etc, etc. O chamado caso P-2, um loja maçonica, que era um "Estado dentro do Estado" mostrou isso à saciedade. O curioso é que um dos membros proeminentes dessa loja macónica de então era Silvio Berlusconi, que, por acaso, é o chefe do governo italiano.

Os Macedo, Valentim Loureiro e Barata, são "meninos do coro" face aos "lobbies" de influência mafiosa que existem nos EUA que põem e dispõem no Senado, Cãmara dos Representantes e na própria Administração governativa do país.

O Estado de Israel, por exemplo, manda executar os chamados inimigos políticos em reuniões do próprio Conselho de Ministros.

2 - Para mim, os acontecimentos ocorridos na Guiné-Bissau não podem ser vistos apenas como um "ajuste de contas". Penso, e tendo em atenção, o desenrolar dos factos que pode ser, também, visto como uma bem organizada tramóia exercida pela própria estrutura executiva do Estado guineense.

a) Nino Vieira (PR) e Tagmé Na Waié (CEMGFA) divergiam, não se davam um com o outro. Era verdade, e visível.

b) Mas quer um, quer outro, não estavam em consonância com o actual governo liderado por Carlos Gomes Júnior. Na realidade, embora tendo sido eleito, esse governo não exercia, na realidade, qualquer acção de decisão governamental. O poder estava, na realidade, dividido, melhor dizendo, concentrado numa estrutura bicéfala entre a Presidência e a chefia máxima militar.

c) Se Nino Vieira mandou matar Waié, e ficou em casa, pacatamente, à espera que o grupo do CEMGFA, permacesse quieto era, no mínimo, ingénuo. O que eu creio que ele não era. Pois, NIno, que é papel, sabia perfeitamente que as Forças Armadas, que são, maioritariamente, controladas por balantas, não iriam abandonar o que conquistaram com a guerra civil de 1999/2000.

d) o atentado contra o CEMGFA foi realizado por "profissionais", cujos mentores sabiam que iria haver uma reacção imediata. Logo, pode haver uma acção concertada para matar "dois coelhos" de uma só cajadada. Será verdade? Não sei, mas é um hipótese plausível que deve ser considerada.

Mais, ter-se-á de analisar, igualmente, qual o papel desempenhado pelos Estados vizinhos e pelas potências com apetites neo-coloniais que cirandam pela região.

3 - Do ponto de vista político, agora tem de se aguardar o futuro. A eliminação dos dois expoentes políticos e militares rivais pela via do assassinato é um acto reprovável, que deve ser condenado, agora, em praxis, pode ser apaziguador de tensões, se, realmente, houver uma reconversão das relações institucionais nos carris de uma verdadeira legalidade democrática. Naturalmente, se se provar que a "ordem" partiu do poder executivo, irá haver, dentro em breve, muito mais sangue. E o Estado guineense ficará ainda mais fraco.

Essa é a questão.

Serafim Lobato

Anónimo disse...

Com a sua forma de actuar e com conselheiros e amigos daqueles, "Nino" estava há muito condenado. A sentença foi agora executada.

Saude para si cmdt.

RR disse...

Serafim Lobato
Será possível a Guiné ficar ainda mais fraca?
É significativo que podem estar na extrema miséria, mas armas em quantidade e enriquecimento de meia dúzia, nunca falham.
Andesman
Saúde também para si. Espero que nos encontremos lá para Abril...

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