08/12/09

Um navio - dois desastres







Chamava-se "Wilhelm Gustloff" e protagonizou o maior desastre marítimo.





Graças a Hollywood a palavra naufrágio significa Titanic, mas o trágico afundamento do "Wilhelm Gustloff" provocou um número de mortos seis vezes superior - mais de 9000 mortos.


Curiosamente e tal como já relatado em pelo menos um blogue madeirense e no Forum Motor Clássico, aquele navio serviu de propaganda ao regime nazi, para grande satisfação de centenas de trabalhadores alemães que aderiram ao programa "Força pela Alegria" ( inspiração da "nossa" Fundação Nacional para Alegria no Trabalho).






O Fuhrer pretendia que cada trabalhador pudesse fazer um cruzeiro, uma vez por ano.



Contudo, havia uma dificuldade - o marco alemão não era convertível.

Os nacional-socialistas glorificavam os que, a seu ver, trabalhavam e condenava os por eles chamados parasitas (Este conceito não vos recorda a propaganda eleitoral de um partido do Centro português?)
Iniciou-se uma caça aos tais parasitas. Daí a bens indiscriminadamente confiscados e a prisões, foi um ápice.

Nos EUA, o Conselho Mundial Judaico declarou o boicote mundial aos produtos alemães e o ataque bancário ao marco alemão.
Depois, a escalada só terminou no holocausto!

Voltando às dificuldades cambiais de Hitler para os cruzeiros da "Força pela Alegria".

Quem apareceu a dar a mão, ou melhor uns escudos, resolvendo o problema da inconvertibilidade do marco alemão?

Advinharam - Salazar!




E assim começaram os cruzeiros alemães aos "trópicos ao pé de casa" - a Madeira.








Os turistas-trabalhadores fotografavam os cenários espectaculares e um povo de hábitos estranhos.








O povo tem, muitas vezes, comportamento de miúdos, ou seja, pega facilmente em qualquer bandeira, por muito reacionária que ela seja ...








Desgraçadamente, um passageiro extraviou no Funchal um pequeno caderno de orientação política.
Ainda hoje não sabemos a que mãos foi parar ...




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