Vamos falar do mundo real, do quotidiano deste país.
Vamos falar da vergonha da saúde em Portugal e de alguns daqueles que, no terreno, complementam a cruel política deste sector no nosso país.
Vamos falar das nossas silenciosas cumplicidades.
Algarve, All-garve, se quiserem, a região mais turística do país.
Nesta semana, um amigo meu, desesperado, socorre-se do Centro de Saúde de Quarteira.
Às 19.30, meia-hora antes das consultas, depara-se com 28 utentes mais prevenidos.
A funcionária chega à hora das consultas, senta-se no trono e proclama: - Por ordem de chegada!
Confusão, não estão previstas senhas, por isso todos chegaram primeiro. Grávidas e semi-mortos, ali não há "privilégios".
Segunda proclamação enfadada: - Serão atendidas apenas 30 pessoas!
No exercício do seu direito de cidadania, ele pede o Livro de Reclamações para que, amanhã, a confusão seja menor. Bem bastam as maleitas, a crise e ... a vida.
Espanto e depois mais enfado: -Não temos! O anterior foi todo preenchido e ainda não veio outro.
Os utentes-zombis preocupam-se. Alguém está a sair da formatação! Ai Jesus, se o Sr. Dr. ouve ...
Pior ainda. O intruso segue o determinado pela Lei - chama a Polícia!!!
Meu Deus??!
A autoridade chega com aparato, dialoga em surdina e quer sair sem inimizades sanitárias.
«Não há Livro de Reclamações, mas amanhã passe por cá que o assunto resolve-se.»
O meu amigo não colabora, quer provas da participação, etc, os seus 39º de febre começam a pesar.
Às 23 horas é atendido, ou melhor é "atendido". Ainda não acabou de transmitir os sintomas e já tem uma receita na mão, qual guia de marcha. «Olhe que o antibiótico é muito caro», «Chame o seguinte - o António Pereira».
Na farmácia de serviço recebem-no com um sorriso. «Hoje o Dr. acabou-nos com o stock deste antibiótico, volte lá para ele lhe passar outro».
39.5º!
Meia-hora antes de encerrar o período das consultas, toda a equipa tinha dado cabo da dose de 30 pacientes. À porta uma mãe, mendiga uma urgência para o filho de colo.
Um minuto depois, a sentença médica: Temos de esticar as consultas para não aturar isto ...
4oº!!!
28/02/09
O quotidiano não vai ao Congresso
Postado por RR às 2/28/2009
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A vitória do Ponto e Vírgula
Ressuscitemos a célebre exclamação - "Isso agora, ponto e vírgula".
Esta frase de cariz popular, representava uma forma simbólica de dizer que levantava muitas objecções e exigia explicações a algo que lhe merecia desconfiança.
Regresse o "ponto e vírgula" como forma de dizer BASTA!
Apareçam sempre por aqui!
Esta frase de cariz popular, representava uma forma simbólica de dizer que levantava muitas objecções e exigia explicações a algo que lhe merecia desconfiança.
Regresse o "ponto e vírgula" como forma de dizer BASTA!
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