01/02/09

Capitalismo procura Bolívia no mapa


A "bola de cristal" que nos mostra a estrada do futuro, está a transformar-se numa errática bola quadrada.

O futuro já não é o que era.


Por isso fazer projecções sobre futuros recursos energéticos tem uma dose elevada de risco.

Contudo, como as previsões deste blogue têm tanta responsabilidade como as certezas dos últimos Orçamentos de Estado, aqui vão elas.


Os automóveis eléctricos e híbridos que já estão ali ao virar da esquina, irão socorrer-se de baterias de lítio como forma de aumentarem a sua potência.

Sabe-se que 50% das reservas mundiais de lítio estão nas planícies andinas do sul da Bolívia.

Contudo, elas não sustentarão 1/5 das previsíveis necessidades futuras deste metal.

Pior(?) ainda, o Ministro dos Minérios de Evo Morales já fez um aviso aos países industrializados:

- "Não repetiremos a experiência histórica do século XV, quando a exportação de matérias primas para a industrialização do Ocidente nos deixou pobres".


A consequência menor será disparar o valor do lítio, até valores suportáveis pela procura.

Outra consequência poderá passar pela avidez do monstro embriagado do capitalismo em instalar-se em regiões produtoras de matérias primas fundamentais.

Aí, o monstro apontará as suas armas para a Bolívia.


A Toyota e a General Motors vão querer pôr a patorra na Bolívia de Evo Morales e dos seus apoiantes.

Eu voto nos indígenas de Evo Morales e na diversificação das fontes energéticas.

Para que a história negra do petróleo não se repita!

2 comentários:

amsf disse...

Então o lítio será mais um factor de desmembramento da Bolívia! Neste momento esse país corre esse risco por causa do gás!

Anónimo disse...

QUEM SÃO OS CRIMINOSOS DE GUERRA?

Em 1995 ou 1996, o então Presidente dos EUA da América Bill Clinton fez um périplo por África, que começou, precisamente, no Ruanda, cujo presidente era um jovem recem-empossado chamado Paul Kagamé, que ainda hoje lidera aquele país. (É uma figura que, com frequência, se encontra com os Presidentes norte-americanos. Ainda há poucos meses se entrevistou com Bush em Washington, na Casa Branca).

Clinton fez esse périplo, evitando passar pela República Democrática do Congo, cujo poder tinha sido tomado. então, por um senhor chamado Kabilla, entretanto assassinado, que pertencia ao movimento lumumbista, que, em certa medida, conquistou o poder no antigo Zaite e contra Mobutu, com um programa anti-imperialista.

A digressão de Clinton acabou na Nigéria.

Um mês depois, toda a região por onde passou Clinton entrou em pé de guerra. O Ruanda, através de milicias tutsis, procurou controlar uma zona sensível em matérias-primas, onde predominava um material chamado tântalo, essencial para os telemóveis, entre outros. A região começou a ser retalhada por senhores da guerra, que sacavam, por tuta e meia, o tantalo, e o iam vender no centro de recolha que era a Bélgica, que o distribuia depois pelas empresas multinacionais que o manipualavam. Como se entende, esse material era vendido a preços muito inferiores àqueles que teriam se "o monopólio" de extracção fosse pertença, por nacionalização, do Estado congolês.

Desde então a chamada região dos Grandes Lagos tem sido percorrida por conflitos constantes, arrasantes, dizimadores para as populações, sempre com o beneplácito das potências ocidentais, tais como EUA, Inglaterra e França, e últimamnete a China.

Convém recordar que toda a região, desde o Tchade ao Congo, passando pelo Níger, é rica em matérias primas, que actualmente servem de base à chamada alta teconologia.

Tempos depois, começaram a surgir movimentos separatistas na Nigéria, visando enfraquecer o Estado central, que surgia como "personalidade" que pretendia fazer frente ao domínio das companhais transnacionais petrolíferas que operavam no país.

Até aos dias de hoje, a Nigéria mantem um clima constante de tensão e de guerra de baixa intensidade na área do seu território.

Se repararmos, neste intermédio, anos 90, primeiros anos de 2.000, foi o período áurea do sistema capitalista de especulação.

O reparo final: os lucros e benefícios das materias-primas dessa região foram essencialmente para os capitalistas privados que afundaram o sistema financeiro mundial.

São, na prática, criminosos de guerra, mas alguém ousa - dos nossos merítíssimos magistrados independentes - lançar um inquérito internacional para constituir arguidos esses fautores de guerra?

Onde está, por exemplo, o justiceiro Garzón, lesto a mandar prender meia dúzia de etarras, mas pouco lesto em denunciar todo o sistema de corrupção que impera nas altas esferas de Espanha, que beneficia precisamente com a indústria de guerra.

Ou o que está a fazer o Tribunal Penal Internacional face a estes genocídios, que são decididos e fomentados pelos executivos políticos e económicos do mundo ocidental?

SL

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