19/02/09

Se Pinochet nunca passou da simples prisão domiciliar, porque é que...

Há cerca de 11 mil presos nas cadeias portuguesas.

Não havendo dados estatísticos conhecidos do público sobre a questão que abaixo enunciamos, sobra-nos a especulação, o raciocínio lógico e ... a natural desconfiança que a Justiça portuguesa é merecedora.


1ª estranheza - Todos os presos têm o mesmo tratamento ou ensaiamos timidamente uma imitação dos célebres previlégios prisionais que os grandes narcotraficantes usufruem na América Central/Sul?

Oliveira e Costa foi para a cadeia da Zona Prisional junto da Polícia Judiciária, um estabelecimento prisional considerado uma verdadeira área VIP no sistema prisional.

Razões?

«É um preso especial» e «facilitar a continuação das investigações»

Por acaso é a mesma prisão dos VIP, onde já estiveram detidos alguns famosos, como João Vale e Azevedo, Carlos Cruz e José Braga Gonçalves...

Todos com a mesma necessidade de "alojamento single" para facilitar a continuação das investigações!


2ª estranheza - A relação entre o nº de presos "pé descalço" e de "presos vip" é esmagadora.

Por outro lado o empenhamento de meios e de verbas para investigar os possíveis crimes cometidos por cada uma daquelas espécies, também é esmagadora, só que de sinal contrário!

Carlos Cruz ainda dá entrevistas "ao ar livre" e deve estar a preparar o processo para ser indemnizado pelo Estado, no recato do seu lar, onde reina a tal senhora que o Correio da Manhã disse que tinha ido tirar gordura das pernas e da barriga.

Vale e Azevedo já fez ver que prefere andar de Bentley do que de carrinho de mão em trabalhos prisionais.

Os passageiros dos Freeports, Felgueiras, Isaltinos, Mesquitas Machado e tantos outros envolvidos em processos de corrupção e de crimes económicos, nunca conhecerão, sequer, as celas dos VIP's. Sejamos razoáveis!!!

A Polícia Judiciária e o Ministério Público exigem mais meios. Para fazer "investigações inteligentes", ou seja, partindo das conclusões para a origem da investigação e para enfrentar batalhões de advogados, especialistas na arte da ocultação, os meios nunca serão suficientes.


Uma vez perguntei a um Juíz-Conselheiro se não achava que a Justiça não era nada cega, selecionava muito bem a origem política e social das suas vítimas.

Tive uma resposta de bom Conselheiro:

- E o resto da sociedade não funciona da mesma maneira?

2 comentários:

José Cruz disse...

Robles
Tive notícia do seu blogue pela Voz da Abita.
Acedi a ele e gostei.
Felicito-o pela persistência da verticalidade, valor cuja cultura anda um tanto despercebida.
Um abraço.
Nunes da Cruz

RR disse...

É um grato prazer "vê-lo" por aqui.
Obrigado pelas suas palavras, ainda por cima sabendo nós que nisto de persistência da verticalidade, podia dar grandes lições.
Abraço
Robles

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