04/06/08

O sinal


Ontem o Cajado esteve na sala alternativa da sessão que juntou Manuel Alegre, Isabel Alegro Magalhães e José Soeiro.
Neste "post" não irei falar do conteúdo das intervenções daqueles oradores. Disseram o que eu desejava dizer, naquele local, naquele contexto.
A pobreza, as injustiças e o liberalismo à solta, foram identificados e denunciados os seus protagonistas.
A necessidade de mobilizar "as esquerdas" num combate em que são respeitadas as diferenças, numa tolerância consciente para uma não contraditória luta sem tréguas aos inimigos acima identificados.
Ninguém vinha à espera de propostas e planos concretos e sectoriais para o futuro porque, "aqui e agora", o que entrou naquelas duas salas foi a mera tomada de consciência colectiva da necessidade de mudança e porque não dizê-lo, uma contagem de espingardas à volta da bandeira da solidariedade, em oposição aos que se consideram vítimas do Maio 68.

Vou falar, isso sim, do sinal quase imperceptível que tive a oportunidade de observar.
Num contexto de pesado absentismo, de descrédito das instituições políticas e de desmoralizadora crise, é significativo que um numeroso grupo de pessoas, depois de estarem muitos minutos numa fila de espera no exterior do Teatro da Trindade, tendo sido encaminhados para uma sala do espaço Chiado já esgotada, optarem por sentarem-se no chão ou de pé nas coxias centrais e laterais, assistirem, durante cerca de 3 horas, a imagens de má qualidade provenientes da sala principal em improviso alternativo e ainda aguardarem largos minutos para saudarem, em pessoa, os referidos oradores, merece, pelo menos, alguma meditação ...

Pareciam, apesar de tudo, compensados e com algum brilho de esperança.
Em quê?
Naquilo em que cada um foi construindo ao longo desta sessão, mas certamente com um objectivo comum - Mudar, sem sectarismos estéreis, com os que "aqui e agora" estiveram, mas com muitos outros que acreditarem.
Não vai ser fácil, as caricaturas que fizeram em alguma comunicação social está aí a prová-lo, mas não tentando a derrota é mais fácil!

1 comentário:

Anónimo disse...

gostei deste post...transmite o brilho da esperança.
Como dizem os Radio Macau "amanhã é sempre longe demais", tem de ser aqui e agora, jão não temos toda a vida para o fazer.

Add to Technorati Favorites

Contador

O poder da mente

O poder da mente
Nós os iluminados

Arquivo do blogue

A vitória do Ponto e Vírgula

Ressuscitemos a célebre exclamação - "Isso agora, ponto e vírgula".
Esta frase de cariz popular, representava uma forma simbólica de dizer que levantava muitas objecções e exigia explicações a algo que lhe merecia desconfiança.
Regresse o "ponto e vírgula" como forma de dizer BASTA!

Apareçam sempre por aqui!

Na dita Madeira profunda

Na dita Madeira profunda
Bela homenagem (Março 2004)