A actual legislatura iniciou em 15 OUT 2009 (já decorreram 6 meses da sua eleição)
O Presidente da República toma posse em 9 MAR 2011 (no último semestre do mandato não pode dissolver-se AR)
Assim, uma moção de censura só teria eficácia (derrube do governo) nos seguintes períodos:
- De 15 MAR 2010 a 9 SET 2010 (o pouco tempo de governação e o facto das medidas na linha do FMI ainda não tinham a plenitude actual, portanto não justificavam uma Moção de Censura)
- De 15 MAR 2010 a 9 SET 2010 (o pouco tempo de governação e o facto das medidas na linha do FMI ainda não tinham a plenitude actual, portanto não justificavam uma Moção de Censura)
- Depois de 9 de MAR de 2011 (será apresentada em 10 MAR)
O BE apresenta a Moção de Censura, perante uma governação dramática para uns e de salvo-conduto da crise para outros, no 1º dia da sua eficácia, em pleno apogeu das medidas socialmente injustas e notoriamente discriminatórias.
Complementarmente, fica esclarecida a tentativa de tentar passar a imagem de que o BE seja uma muleta do PS, numa leitura desfocada das presidenciais.
Desfocada ou de vista cansada.
Esgotada essa imagem, resta-lhes a acusação de "irresponsabilidade política".
Em que ficamos?
2 comentários:
Caro amigo Robles, vou tentar dizer o que me apetece, como pede em cima.
E o que me apetece dizer (e em traços largos já o disse há duas horas no fórum da TSF) é que esta moção de censura é extemporânea e, se aproveitada pela direita, pode ser negativa. Há 25 anos atrás eu ficava todo empolgado com isto (tinha só 35 anos e era Cavaco - a direita dura - que estava no poder); hoje, não acredito que traga algo de melhor ao povo português. O contexto não é o melhor para este exercício, e, a ter êxito essa censura, quem nos vai governar? É o BE? E quem for vai resolver melhor do que os actuais todos os problemas que neste momento sofremos, a começar pelo flagelo do desemprego? Claro que o BE tem todo o direito em denunciar, culpar, acusar, apontar alternativas. Mas ganhará credibilidade ao abrir caminho a soluções ainda mais gravosas para a população? para brincadeiras, já chegam as bocas do Santana, as pateteiras do Jerónimo, os delírios dos Marco Antónios, Paulo Portas, Nuno Melos, Miguel Macedos ou Relvas e Comª.
Repare-se que não estou a defender este governo; estou a tentar ser realista e a lembrar-me que o país não está em risco de desaparecer e temos eleições livres de 4 em 4 anos. Há outras maneiras de o BE crescer: formando, informando, denunciando, mas com tacto, em linguagem acessível, sem demagogia, para reganhar os descrentes para o seu dever de intervenção política.
Por outro lado, refira-se que ainda há poucos dias Louçã afirmava que ainda era muito cedo para apresentar uma moção de censura - em que ficamos?
Não basta fazer política pela política. Isso só descredibiliza esta nobre prática e cada vez teremos os eleitores mais afastados.
António Marquês
Obrigado António Marquês pela sua ponderada análise.
O BE já "disse" hoje que era uma Moção de Censura contra a governação PS/PSD. Os barões do PSD já se pronunciaram contra e é claro que acham que ainda não acumularam o devido capital.Foi um incómodo...
Esta M.C. vem clarificar publicamente quem está agradado com esta governação e quem quer cumprir apenas a sua agenda política.
Todas as M.C. são legítimas e oportunas quando as medidas do FMI já estão a ser tomadas.
Se 300 mil famílias ganham menos de 250 euros por mês e os bancos aumentaram os lucros, alguém deve ficar indiferente?
Defesa da estabilidade? Esta estabilidade é uma tragédia e tem-nos dado valores de abstenção incríveis.
Louçã disse que era cedo para apresentar uma M.C.. Nesse e neste momento não haveria eficácia numa M.C. porque só em Março o PR pode demitir o governo. Só depois de 10 Março.
Concordo com o trabalho de denúncia e informação feito em paralelo, mas acho que esta "pedrada no charco" foi no momento certo.
Acho eu, mas só o tempo o dirá.
Robles
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