O Expresso publicou hoje alguns extractos dos documentos do Wikileaks sobre Portugal, com especial relevo sobre telegramas do ex-embaixador dos EUA em Portugal.
O que encontramos de assinalável:
- A pouca consideração dos nossos "amigos" ianques sobre a personalidade dos portugueses, no pressuposto, duvidoso, que os dirigentes nacionais representam a nossa mentalidade. Na verdade, se não representam, pelo menos foram escolhidos por nós, directa ou indirectamente.
- As observações do ex-embaixador sobre as Forças Armadas revelam, tal como conclui o Expresso, graves incorrecções sobre dados objectivos, que não abonam nada a favor do diplomata
- Os militares são especificamente analisados:
"Espera o tempo suficiente, dizem-nos os oficiais, e chegarás a Coronel ou a General. Esta cultura fomenta um pensamento adverso a correr riscos"
ou
"Chefias Militares - Há uma cultura nas Forças Armadas em que quase sempre, a melhor decisão que se pode tomar é não tomar decisões, dizem os americanos. Até para uma banda tocar é preciso uma decisão de topo"
Não poderíamos estar mais em acordo com esta análise. Constitui o grande segredo para o acesso aos lugares de topo da hierarquia militar. Sempre a apontei, com os inconvenientes inerentes à sua crítica.
Contudo, o que me espanta é que o diplomata americano apresente essa crítica, na medida em que os mais elevados cargos das chefias militares passaram pelo crivo americano. Umas vezes discretamente, outras de forma descarada.
O prémio por uma carreira "silenciosa" mas colaborante, era dado por mãos americanas.
Tal como nós os pretendemos imitar em relação à África Lusófona!
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