30/01/11

A hora da Madeira

Dizem que a hora da Madeira é a mesma do Continente.
Não é bem assim.
O Continente teve a sua hora há 37 anos, com o 25 de Abril.
A Madeira ainda não teve a sua hora. A Autonomia foi apenas um aperitivo, falta a diária completa da Democracia.

O resultado obtido por José Manuel Coelho foi apenas um sinal que o pastor já não tem o rebanho que se limitou a alimentar. O rebanho quer mais. Provavelmente até já quer pensar (Vade Retro, Satanás).

O pastor continua a desenvolver estratégias baseado na ignorância das pessoas.
Lá vai o tempo em que apadrinhou o tratamento fraterno de "Alberto João" criando no rebanho a falsa ideia que o pastor dormia e comia com as suas ovelhas. Que era um dos seus...
Agora pretende mostrar superioridade repetindo a piada: - "Que eu voltei ao hospital com um osso de coelho atravessado na garganta".
Acreditando o pastor que o rebanho tem a memória curta, assume-se como um progressista e alerta para o perigo do regresso ao passado, acenando com os espantalhos de Hitler e Mussolini. Deu o devido resguardo a Salazar e Caetano, não vá haver confusão na cabeça das ovelhas.
- "O que está por trás disto tudo é voltar ao passado, a um sistema que estava montado na Madeira"
E DO QUAL EU FUI UM ABNEGADO SEGUIDOR - faltou-lhe dizer.

Voltemos à hora da Madeira.
Sendo verdade que as hostes de José Manuel Coelho, lideradas pelo líder regional do PND, deixa à deriva a Plataforma Democrática que subscreveu e parte para a liderança de uma Plataforma Cívica, receamos que esteja a adoptar uma estratégia semelhante à de Cardoso Jardim, embora de sinal contrário.
Nas eleições regionais, os interesses individuais e de grupos colados ao poder, falarão mais alto do que nas presidenciais. É preciso mostrar à maioria silenciosa que existe uma alternativa de poder sólida e consistente.
Se essa alternativa tem avanços e recuos antes de ser eventualmente eleita, é lícito que as pessoas  se interroguem sobre a sua consistência pós-eleitoral.
Plataforma Democrática, agora uma Plataforma Cívica e não sabemos o que virá a seguir. Promete!

A hora da Madeira tem de ser a hora das pessoas, caso contrário a proposta ao eleitorado é de um Jardinismo II. É a hora de procurar o que têm em comum os democratas da Madeira e não remoer de forma provinciana sobre diferentes comportamentos durante a longa penumbra jardinista.
Está na hora de acertarem os relógios!

      

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