Retirado do testemunho de Justin Sonder, sobrevivente de Auschwitz ainda vivo:
- Aconteceu ao fim de um dia de Outubro de 1944. Ao voltar do trabalho, para a contagem, viram no patíbulo mais um prisioneiro que tentara evadir-se.
Tinha 16 anos, anunciaram os guardas, que leram o seu nome e proveniência: Salónica, Grécia.
Ninguém dizia nada. Estávamos todos a sós com os nossos pensamentos (Será que vai gritar? Vai dizer alguma coisa? E vamos perceber o quê, se não falamos grego?)
E então, num sopro muito curto, um segundo antes de o carrasco o matar, disse uma única palavra.
A sua última palavra, muito baixinho: "Mamã".
Os herdeiros ideológicos do fascismo que construiu os cenários de Auschwitz estão a crescer também aqui em Portugal. E fazem-no da forma menos pacífica que imaginamos. Os próximos tempos o confirmarão ...
Reconheço o enorme esforço para não reagir fora do quadro democrático. Friamente, temos de reconhecer que esse esforço é o reflexo da superioridade da Democracia sobre outras formas abjectas de actuação.
Mas lá que é difícil, lá isso é!
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