24/08/10

Alerta amarelo




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Alerta Amarelo

A face oculta do mundo que nos rodeia pesa cada vez mais nas pequenas e grandes decisões que nos condicionam.
Ainda esta semana nos deparámos, estupefactos, com uma declaração de governantes dos EUA classificando como crime a divulgação de milhares de relatórios confidenciais, os quais descreviam operações dos seus militares no Afeganistão, que correram mal ou foram planeadas irresponsavelmente, provocando a morte de centenas de civis.
A indignação destes responsáveis, pasme-se, prende-se com a divulgação dos documentos e não com os assassínios perpetrados indiscriminadamente.

Por terras lusas também temos o nosso quinhão desta face oculta.
Recentemente foi publicada uma lista de individualidades ligadas à Maçonaria. Longe vão os tempos de perseguição às sociedades secretas, hoje aligeiradas com a designação de sociedades discretas. Os seus rituais internos, colados a tempos mais ou menos milenares também não me preocupam.
As minhas dúvidas aparecem quando constatamos que a irmandade não dá passos para além da área do PS, PSD e CDS. «A consonância entre diferentes que querem continuar diferentes», segundo um maçom, pode ser muito significativa. A assumida Obediência Maçónica pressupõe igualmente que um conjunto de Irmãos e Irmãs está sobre jurisdição consentida de uma entidade que detém poder de coordenação sobre estes e a sua Loja. Muito oportuno, um crítico interno da Maçonaria afirmou que esta apregoa a democracia mas não a pratica internamente, porque é pela Obediência.
Recorrendo à explicação de um Presidente de Assembleia Maçónica - «De uma maneira simplista podemos dizer que a maçonaria é um país dentro de outro país», fico ainda mais atento.
A minha estranheza persiste quando confrontado com algumas das suas regras de admissão, nomeadamente a necessidade de ter família constituída e ter um bom crédito nos meios comerciais. Melhor andariam se as apertadas regras de admissão incidissem sobre parâmetros eticamente mais selectivos. A lista de Maçons envolvidos nos últimos anos em redes pouco recomendáveis é assinalável.
Destacamos José Júlio Gonçalves, o único arguido do processo Moderna condenado a prisão efectiva, o cavaleiro tauromáquico José João Zoio, envolvido em negócios ilegais de tráfego de armas, Abel Pinheiro, administrador da Grão-Pará e o ex-homem-forte das finanças do CDS, arguido no processo judicial Portucale e Armando Vara, arguido do processo significativamente designado Face Oculta.
Temos também presente a canga retirada dos ombros do edil Isaltino Morais, quando o Tribunal da Relação de Lisboa reduziu para dois anos a pena de prisão efectiva aplicada pelo Tribunal de Sintra e anulou a perda de mandato do autarca. As suas ligações à Maçonaria deixam no ar muitas dúvidas sobre os caminhos cruzados do lóbi maçónico.
Qual o grau de influência no nosso quotidiano das ditas sociedades secretas, digo, sociedades discretas?
Servirão para satisfazer o nosso apetite pela "teoria da conspiração", com grande importância no aligeirar das nossas próprias responsabilidades ou efectivamente constituem um supra poder, que não se sujeita aos tradicionais processos eleitorais, mas condiciona fortemente os nossos destinos?
Tal como na guerra do Afeganistão, em que alguém sentado numa cadeira no Nevada, controla, via satélite, o bombardeamento de alvos civis e militares através de aviões não tripulados, aqui em Portugal os jogos de poder podem ser manipulados num qualquer santuário de uma seleccionada irmandade.
A “grande consonância de posições” entre a Maçonaria e o Presidente da Comissão Europeia, segundo o Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano, só pode deixar-nos ainda mais preocupados …

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