08/05/10

29 de Maio

Andam por aí campanhas mortíferas.

A televisão pergunta-nos o que estamos dispostos a sacrificar para ajudar o país a sair da crise.
Recordemos que, substituindo "país" por "nação", já os mais velhos ouviram isto durante o salazarismo.
Os beneficiados já não são os mesmos, mas os filhos ou os herdeiros económicos.

O SIS prepara-nos para a necessidade de acções repressivas. Os camionistas, as associações anti-scut e esquerdas radicais já foram escolhidos como origens de uma escalada no clima de contestação social.
O conceito de esquerdas radicais será definido conforme as conveniências, tanto podendo começar em Manuel Alegre (!) como terminar na cabine telefónica da "Rede Libertária".
Como prova da necessidade daquelas medidas, José Sócrates tem sido ultimamente alvo de contestação agressiva em deslocações que tem feito pelo País ... !!!

Os economistas chamados a terreiro (de direita, porque parece não haver economistas de esquerda), alguns deles retirados do baú do salazarismo, tentam fazer passar a mensagem que temos culpas da crise porque o consumidor andou a gastar mais do que aquilo que ganhava.
Até o recente "movimento" de ex-ministros das finanças quer fazernos crer que não têm a mínima responsabilidade da situação económica nacional e que a culpa é da malandragem.

Vamos então fazer umas perguntas inocentes:
-Os bancos, mesmo no pico da crise, nunca pararam de apresentar milhões de euros de lucros, com a ajuda do Estado?
- Porque é que pagam menos impostos que os restantes portugueses e continuam a ter um tratamento de favor?
- Não foi a cegueira pelo lucro e a desregulação dos mercados financeiros que criaram as condições para que existisse tamanha irresponsabilidade dos bancos, ao ponto de colocar em risco a economia real?
- Quem é que adopta uma política de rendimentos que leva até Manuel Alegre e Cavaco Silva (imagine-se) a considerar escandalosos os prémios e salários dos Mexias desse outro país?
- Vitor Constâncio que aufere um salário superior ao do Presidente da Reserva Federal dos EUA, não se coloca na linha da frente para defender um aumento de impostos e de medidas drásticas de austeridade?

Não satisfeitos, exploram a velha campanha de colocar trabalhadores contra desempregados, explorando sentimentos menores e tentando destruir o espírito solidário desta sociedade.

Perante a realidade da crise instalada, os grandes grupos económicos querem aproveitar para recolocar a força do trabalho no seu lugar, ou seja, um recuo no tempo de 30 ou 40 anos de conquistas de direitos e de dignidade de vida.

Sócrates e P. Coelho já puseram o 2º pacote de medidas no forno.
Aguardemos a resposta que lhes vão dar na manifestação da CGTP de 29 de Maio.
Apesar das campanhas e das ameaças!

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