A estibordo do Douro e a bombordo do Tua

Amanhecer no Douro Vinhateiro.

Chegar à janela e semicerrar os olhos.

Uma manada de pinheiros estáticos define os contornos da serra.

Mais abaixo, rebanhos de vinhas distribuem-se hierarquicamente nos socalcos.

Ainda mais abaixo, o Tua enfrenta o Douro, mas acabam envolvidos em agradáveis cumplicidades.


É neste cenário que vamos encontrar uma Eng. Biológica e um Lic. em Gestão de Empresas, ou dito de outra forma a Fátima e o Pedro.

Juntos são a alma e o corpo do Casal de Tralhariz!

A casa brasonada do séc XVIII, onde 2 ex-governadores de Moçambique deixaram as suas marcas, é desde Abril/09 uma quinta de Turismo de Habitação, que nos deixou impressionados pelo elevado bom gosto, pela excepcional hospitalidade e Dio Mio ... a gastronomia!

Da recepção ao manter das diversas lareiras e do cabrito ao Porto de 74, tudo está entregue ao Pedro e à Fátima, com a imprescindível colaboração das simpáticas irmãs Adelaide e Júlia.

(Nunca, mas nunca, perguntar qual delas é a mais velha...)

Cada espaço merece uma especial atenção.

Descer estas escadas atraídos pelo cheirinho do pastel de bacalhau e ser surpreendido pelo desfilar de rojões e filetes de polvo.

O Tinto bate-se num duelo sem quartel com um delicioso Branco. E pensar que nasceram juntos, ali ao pé da porta!

Chegados à sala, o charme saltita das pedras mentirosas que dizem ter abrigado esposas impolutas, para luzes indirectas denunciadoras de gambas reais.

Finalmente, da cartola sai um Coelho.

Melhor ainda, foi da cartola de Casimiro Coelho que saiu esta obra.

Coelho Almirante, nunca tal fora visto em terras do Douro. Almirante vencedor de muitas batalhas e de outras tantas naus. Na sua "camarinha" derrotam-se javalis, afogados em 13.5º de Tinto Cão!

O Casal de Tralhariz sobrevivia sem o Pedro e a Fátima?

Sobrevivia.

Mas não seria a mesma coisa ...