A Alemanha e os bípedes

O artigo 13.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia reconhece que os animais são seres sensíveis e determina que as exigências em matéria de bem-estar dos animais devem ser plenamente tidas em conta na definição e aplicação de certas políticas da UE.

A Alemanha (certa e determinada Alemanha) tem uma interpretação mais abrangente deste artigo, aplicando-o a seres bípedes (certos e determinados seres bípedes)

Assim, em plena campanha das eleições gregas, quando o rebanho corria o risco de ser transviado, a Alemanha fez constar publicamente (leia-se mandou recado aos bípedes gregos) que estava disposta a abrandar a austeridade imposta à Grécia.
Ontem, conhecido o resultado eleitoral, a sra Merkel disse publicamente (leia-se mandou recado aos pastores do rebanho grego) que o plano de austeridade era para cumprir.

Afinal, os bípedes gregos não são reconhecidos como seres sensíveis, nem lhes é reconhecido o direito ao bem-estar, que é determinado relativamente aos animais pela União Europeia.
Nem sequer o direito de não serem enganados.
Sra Merkel, já alguma vez se confrontou com um rebanho de bípedes tresmalhados?
Olhe que um dia ...