O tema Forças Armadas ainda não foi esquecido pela comunicação social. Estou em crer que amanhã já não é merecedor de qualquer artigo. Talvez num Domingo de chuva, quando as notícias escasseiam e o jornalista não tenha outra matéria mais apelativa ou chocante.
Por isso, hoje ainda li as declarações de generais, opiniões de jornalistas e fundamentalmente, os comentários anónimos ou identificados.
A ligeireza (imbecilidade?) com que se ouve um grito lá do meio da manada, a dizer que "os políticos são todos iguais, só querem gamar", é a mesma quando, muito orgulhosos, criticam os militares pelos "seus enormes privilégios" e pela "sua improdutividade".
Para o cidadão saudável, homem ou mulher, que inicia a sua vida activa,
e considera os membros das Forças Armadas uns privilegiados,
Os militares debatem-se, há vários anos, com problemas que lhes tem retirado direitos elementares na área da saúde e carreiras, além de os ter deslocado dos níveis remuneratórios de outras profissões, que lhes tem servido de referência.
Foram esses problemas que trouxeram os militares para as páginas dos jornais do dia? Não, foi simplesmente uma insinuação do Gen. Loureiro dos Santos, relativamente a «atitudes menos reflectidas» por parte de alguns militares descontentes.
Sejamos claros. Na ausência de sindicatos dos militares, caberia ao governo assumir a defesa dos direitos dos militares. Contudo, o governo limita-se a "esticar a corda", tendo como limite um pré-aviso de total desespero e consequente descontrole.
E se a esse inaceitável posicionamento do governo juntar-mos o incumprimento de legislação que afecta directamente os militares? E se juntar-mos ainda uma arrogância política, que leva a ignorar o papel das Associações Militares, embora tal esteja contemplada pela Lei?
Os problemas que afectam os militares não conseguem entrar no publicitado computador Magalhães dos assessores de Sócrates. Os problemas que os militares possam criar constituirão uma responsabilidade do disco rígido de Sócrates...
O presidente da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPMES) disse hoje que se o primeiro-ministro "insistir" no aumento do salário mínimo, a associação determinará junto dos seus associados a não renovação dos contratos a termo.
Portugal empresarial no seu pior!
Continuam a pensar como patrões e não como gestores. O importante é pagar o mínimo possível para garantir a sobrevivência e a rentabilidade da empresa. Motivação do trabalhador é um conceito que só se aplica quando falam de futebol.
Quando constatamos que estamos a falar de 5% dos trabalhadores, tudo isto cheira a chantagem para que seja o Estado "a pagar a crise". Se pagamos a crise dos banqueiros...
Estamos a falar de um país em que 18% da população vive abaixo do limiar da pobreza!
Estamos a falar em pagar 50 euros acima do valor estimado para o limiar da pobreza!
Banqueiros no século da prosperidade e a base dos trabalhadores como proletários da era industrial, remete-nos para uma caricatura de um país virado para o futuro!
Em português, até mesmo em mirandês, 3,3 milhões de lucros por dia na banca portuguesa, é muito dinheiro. Contudo, para a banca portuguesa, significa crise, significa necessidade de apoio estatal, significa mesmo a impossibilidade de satisfazer as "necessidades primárias" dos grandes accionistas.
Tudo parece conjugar-se para que o sistema caia de caduco e a mudança se faça para um sistema mais justo. Ou será que o monstro do capitalismo já aprendeu a renascer das próprias cinzas, através de novas fórmulas para atingir os objectivos de sempre?
Não é fantástico? Não irei estar no estádio dos "lagartos", mas vai ser linda esta homenagem "espontânea", certamente acompanhada dos discursos mais hipócritas que conseguirem escrever.
Não menos curioso que esta "homenagem" já fazia parte do contrato que Iordanov assinara com o Sporting, ou seja, quer queiram quer não, vão ficar perdidinhos por mim e doidos para me fazerem uma festa de homenagem.
Alguém virá dizer que isto é prática corrente no futebol. Então ainda é mais grave, é a hipocrisia como moeda de troca!
Por razões de apoio a um familiar estive no Hospital de Almada.
A doença e o acidente fazem parte do seu quotidiano.
Aparentemente seria um local que deveria gerar solidariedade.
Contudo, partilho convosco um pequeno episódio, triste e ao mesmo tempo hilariante, mas, fundamentalmente muito significativo do estado de espírito das pessoas ou da sua natureza.
Passa uma maca, com 2 funcionárias a conduzir um doente para o bloco operatório.
Quando chega o elevador para descerem um andar, verificam que está cheio, com umas 15 pessoas.
Uma das funcionárias pede para 3 ou 4 pessoas saírem, para poder entrar com a maca.
Nem ai nem ui. A porta fecha-se e o grupo continua alegremente a sua descida.
Levam apenas no ouvido um "pequeno desabafo" de uma das funcionárias:
-Hão-de vir cá bater com os costados, que nós tratamos de vocês!!!!
Boa imagem, à qual o Cajado se associa e complementa.
Neste aviário em que se transformou o PSD, não é difícil descortinarmos a evolução em cada poleiro histórico:
- Já tivemos os gloriosos "tempos de pavão"
- Seguiram-se os "tempos de aves de rapina" no poleiro da Praça do Município em Lisboa
- Ainda nos lembramos dos "tempos de papagaio" no aviário de Gaia
- Repleto de aves melosas e pré-históricas, no aviário da Madeira correm "tempos de abutre"
- Finalmente, em crise duradoira, os "tempos de bico-de-lacre", a pequena ave, que «apenas pia num tom agudo e discreto, mas que praticamente passa despercebida e não chega a incomodar ninguém».
Numa decisão inédita, a Corte de Cassação da Itália condenou a Alemanha, em acção indemnizatória proposta por familiares de duas das 203 vítimas do massacre da aldeia toscana de Civitella, durante a 2ª Guerra Mundial.
Os moradores da toscana e montanhosa aldeia de Stazzema foram fuzilados pelas tropas nazistas. Isto por suspeita de colaboração com os "partigiani", ou seja, os partidários do movimento de resistência ao nazi-fascismo. O primeiro a tombar, com um tiro na têmpora, foi o padre. Depois, os nazis fuzilaram os filhos, as mães, os velhos e os aldeões restantes.
Com este inédito procedimento, os representantes das vítimas do Iraque, do Vietname, de Hiroxima, etc. etc. poderão processar os EUA e exigir o pagamento de uma indemnização. A altura é sempre boa, embora os EUA possam, neste momento, apresentar um "atestado de pobreza" como factor a considerar no valor da pena.
Aos amigos que durante estes 3 dias de ausência tiveram a persistência de passar por aqui, dou-lhes esta explicação:
Senti necessidade de me refugiar no Califado do Algarve para permitir a este ser vivo deixar o período de aprendizagem humanista e entrar, finalmente no período de plena produtividade. Cá estou eu, sexagenário!
Confesso que estava um pouco apreensivo em passar esta barreira. Tudo porque, em audiência de apresentação a um senhor que pouco prezo, este me garantiu que, ao passar a sexagenário, não teria sentido continuar em funções governativas. Dizia ele, que bastava ler os jornais e verificar a carga de debilidade física e mental dada aos sexagenários: - «... sexagenário atropelado quando atravessava uma rua...» - «...sexagenário internado pelos filhos quando se preparava para casar com uma jovem...»
Afinal, o referido senhor mentiu. Ainda por lá anda. Talvez tenha concluído que as suas debilidades psicológicas não eram um problema de idade...
Digo eu ... que já estou em período de plena produtividade!
Isto só pode ter uma interpretação imediata e que consiste num convite à desobediência civil. O que, vindo da esfíngica personalização da sobriedade e do conservadorismo, nos deixa perplexos. "Pois se até o próprio Presidente da República diz que é injusto", é o que iremos ouvir várias vezes.
Só nos faltava esta. A Justiça vai aplicar leis injustas!
Como é possível cantar vitória, quando mais de metade dos açorianos mandaram as eleições às urtigas? Sejamos claros. Ressalvando alguns políticos que se esforçam pelos interesses da população, um número significativo vai limitar-se a olhar para o seu umbigo. Está na hora de meditarem seriamente sobre este assunto e repensarem a relação que o poder tem com a população. Caso contrário, a farsa vai continuar!
Amanhã há eleições nos Açores. Esperemos que sejam muitos votos, contra aquilo que é habitual e desvirtua a Democracia.
O período de campanha eleitoral também é importante, embora o desfile de candidatos a bater nas costas do eleitor faça sorrir e desmotivar muitos açorianos.
O Corvo foi, assim, motivo de preocupação dos candidatos.
O PSD/A denunciou a existência de buracos na pista do aeroporto e criticou o investimento na "Casa da Matança", dizendo que ficou pior do que estava.
Depois o silêncio voltará a cair sobre os corvinos.
Afinal, talvez não seja a abstenção que desvirtua a Democracia, mas sim a hipocrisia política.
E a esta, os eleitores respondem com sorrisos e aplausos a todos os candidatos.
Portugal é o país da UE onde a pobreza mais caiu. Oxalá fosse uma verdade impoluta e não escondesse outras realidades. Assim, é preciso referir que são dados de 2006 e infelizmente são pequenas movimentações na cauda do pelotão.
Além disso existem outros indicadores mais recentes e preocupantes, no pressuposto que desemprego significa mais pobreza e abandono escolar aponta-nos um futuro cinzento escuro, tipo breu.
Segundo dados do Eurostat, 23 Estados Membros registaram no período de 1 ano (Junho 2006/Junho 2007) uma descida nas suas taxas de desemprego, e 4 registaram uma subida. No segundo grupo encontra-se Portugal (7.5% para 8.2%). Em Portugal, quer a taxa de desemprego das Mulheres (10.2%), quer a taxa de desemprego dos Homens (6.5%) são superiores às da EU 27.
Ter um emprego nem sempre protege as pessoas do risco de pobreza. A taxa de risco de pobreza é relativamente elevada para aqueles que têm um trabalho. Essa taxa é de 8% para a EU25, sendo de 3% na Republica Checa, 4% na Bélgica e Finlândia, 13% na Grécia e de 14% na Polónia e Portugal
A percentagem de abandono escolar é de 30% em Espanha, 39% em Portugal e quase 42% em Malta.
O Alto Comissário Europeu para a Solidariedade Activa contra a Pobreza, lança um alerta bastante oportuno e preciso: -O dinheiro aprovado pela União Europeia para ajudar os bancos a ultrapassarem a actual crise financeira excede as verbas atribuídas ao Fundo Social Europeu, que se destina a combater a pobreza e exclusão social.
Pois é verdade, andamos tão preocupados com a nova teoria económica de "privatizar os lucros e socializar os prejuízos", que nem nos apercebemos que, numas ilhas portuguesas no meio do Atlântico, esgrimem-se argumentos e fundamentalmente, promessas, para as eleições regionais do próximo Domingo. Carlos César, o irritadiço ocupante da "pole-position", encheu uma sala de Ponta Delgada, para, numa pura coincidência com o período eleitoral em que vive, comunicar um enorme cabaz de benesses aos empresários que enchiam a sala. Mas, alguém convidou quem não devia!
Um dos empresários presentes, acusou os seus colegas de praticarem baixos salários, na ordem dos 400 euros, valor que afirmou gastarem numa noite ao jantar. António Machado foi mais longe e perguntou mesmo quem é que entre os colegas pagava horas extraordinárias aos seus trabalhadores, que referiu estarem a ser explorados.
A ser verdade, a afirmação que quase provocou agressões físicas, foi revelada na hora e no local errados. Está ali uma pessoa a esforçar-se para arrecadar mais uns votos entre as "forças vivas" da terra, desenbolsando mesmo uns milhões de euros do erário público e vem este senhor António Machado estragar a festa! Já não há respeito...
Colocar os militares no último degrau das prioridades, demonstra aquilo que nos gabinetes da Nação se chama "perspicácia política". Sócrates gosta de navegar "a um largo", com o vento popular pelas costas e se possível, "correndo com a maré". Mesmo as chamadas medidas impopulares, têm o apoio silencioso das corporações não abrangidas por essas medidas. No caso dos militares, são conhecidas as sondagens que os colocam entre os sectores da sociedade que mais confiança oferecem aos portugueses, mas também é conhecida a vulnerabilidade da população às acções mediáticas de descrédito do sector militar e a prioridade dada aos vectores primários de sobrevivência, como hospitais, transportes, alimentação, etc. A classe média cada vez mais é empurrada para condições terceiro-mundistas de sobrevivência, onde a Defesa é algo muito distante e específico dos militares. Sócrates sabe disso, sabe que pode esticar a corda aos militares e famílias. Vaticino que, neste estado de espírito, resta aos militares conjugarem esforços com as Forças de Segurança, uma vez que a maioria dos problemas são comuns. E com essas, Sócrates sabe que pode ser abalroado...
Assistimos ontem a um momento de grande ternura televisiva, quando um programa que dá pelo nome de "Prós e Contras", deixando no bar da RTP os "Contras", pôs no ar 4 dos maiores tubarões da banca nacional. Sócrates, ausente, deve ter sentido a sua mão ser beijada repetidamente, pelas garantias e avais concedidos ao sistema bancário, sem as higiénicas contrapartidas que garantam o devido rigor no actual sistema financeiro. A felicidade dos banqueiros reside na garantia que tudo continuará como dantes e a aventura especulativa dos principais accionistas, bem como os lucros pornográficos de 9 milhões de euros por dia no ano passado, poderão continuar com a bênção de Sócrates. O tempo de antena grátis, para venderem a imagem de cada banco, não contou com a intervenção de terceiros, não fosse provocar turbulências numa mensagem de que tudo regressou à normalidade, os portugueses podem continuar a endividar-se e os lucros continuarão em alta. Em resumo, é o regresso ao paraíso...fiscal!
Cerca de 1% da população controla mais de 80% dos recursos
Estamos a falar do Dubai, de Hong-Kong ou de Angola? Não, falamos da distribuição da propriedade em Nova Iorque, uma das mais desiguais do Mundo.
Grande parte das suas áreas industriais foram redimensionadas criando áreas para serem utilizadas na edificação de espaços dedicados a escritórios para actividades relacionadas com o mundo financeiro e habitação para grandes financeiros.
Os capitalistas do ramo dos têxteis e os sindicatos apoiaram a estratégia de mão-de-obra barata dos patrões das fábricas de vestuário, permitindo que os salários caíssem e que isso ficasse consignado nos acordos colectivos de trabalho. Os patrões judeus, com salários de seis dígitos, e os trabalhadores asiáticos e latinos mal pagos, constituíam o modelo desta indústria novaiorquina e levaram à perda de competitividade industrial e à perda de postos de trabalho.
Nova Iorque, a capital financeira do império, condensava, nos limites do seu Estado, a nova interpretação do velho espírito empreendedor e de conquista dos antigos pioneiros.
O aspecto político fundamental é que a força motriz do sector económico mais importante nos EUA — os serviços — passou a ser o sector financeiro, precisamente aquele que menos se ocupa da actividade produtiva, ou seja, a produção de bens e serviços para a população. E o trabalho "sujo" foi exemplarmente assumido pelos bancos: - A concentração do capital e as políticas que os bancos impõem às empresas tem contribuído para um endividamento que consequentemente tem originado despedimentos maciços e redução dos benefícios da segurança social. Daí até não haver dinheiro para pagar a "casita" foi um pequeno passo!
A melhor maneira de ficar rico é especular. Esta é a garantia de banqueiros suíços no livro "Axiomas de Zurique". Se são os ricos a dizê-lo, tudo parecia cristalino como água benta.
O Lehman Brothers, o 4º maior banco de investimentos dos USA, declarou um aumento de 24% dos lucros no primeiro trimestre de 2006 atingindo o seu valor record de 1,1 mil milhões de dólares. A receita total bruta aumentou 17% chegando aos 4,5 mil milhões de dólares. Os grandes accionistas, os pequenos accionistas, os administradores, tudo engordava neste limbo celestial. Em Setembro de 2008 o Lehman Brothers declara falência, numa iniciativa considerada inevitável e com gravíssimas consequências para o sistema financeiro daquele país. Antes disso, em Julho do corrente ano, quando o estertor já estava instalado, o banco, esconde-se atrás de uma financeira de Singapura para apresentar uma alternativa segura aos depósitos fixos no mercado asiático. Resultado? Uma multidão de accionistas em fúria, impossibilitados de receber os seus investimentos. O cadáver ainda conseguiu criar uns moribundos financeiros, antes de passar à história.
Novo axioma: - Abandonar o barco especulativo, antecipando-se às mulheres e crianças...
Só para dar uma ideia do que representa o esforço do governo americano, obviamente à custa do dinheiro dos impostos dos contribuintes, para safar os malfeitores da especulação e os frequentadores do casino neo-liberal:
Bolha representando os 700 mil milhões de dólares para comprar os activos "tóxicos" dos bancos americanos
Comparação com a bolha dos gastos americanos com a 2ª Grande Guerra Mundial
Comparação com a bolha dos custos estimados da luta anti-terrorista e das guerras do Iraque e Afganistão
Comparação com os custos do Programa Apollo da Nasa
Imaginem a grande bolha constituída pelos milhões de homens e mulheres que produzem a real riqueza do mundo. Para esses descartáveis que estão na base de toda a pirâmide, a crise cairá sem dó nem piedade. Até parece que o capitalismo pode viver sem eles!
Os deputados do PS, de corda ao pescoço, vão votar contra as propostas de diplomas a favor do casamento homossexual.
Tudo bem! É só apertar um pouco o nó da gravata e a voz de cada um deixa de poder expressar-se livremente. Alguém pensará por eles, o que poupa sempre alguma energia.
Tudo bem! É diferente, inédito e tem a vantagem de ninguém perceber.
Mesmo assim e com muita paciência eles explicam. Veio na altura errada, não houve discussão na sociedade portuguesa e não consta do Programa de Governo.
Tudo bem! Podíamos preencher várias linhas com medidas aprovadas pelo PS e que não vinham no tal Programa, podíamos ir pelo caminho de discutir a constitucionalidade da Constituição, mas "prontos", não percebemos, não percebemos!!!
Mas o Fúria do Cajado, gosta de ganhar e se os argumentos são estúpidos, é nesse campo que vamos ainda mais longe:
-A grave crise económica e financeira, originada nos USA e que, em correcta análise, está a remexer nos bolsos dos povos, fazia parte do Programa Sacrossanto do PS?
Não? Então não existe e quando chegar a prestação da casa para pagarem, escrevam ao vosso Banco a dizer que não pagam, acompanhado de uma declaração (de voto), reconhecendo que deviam pagar!
Os flamingos são a imagem de marca da Baía do Seixal e poderão simbolizar aquilo que esta Câmara fez de positivo e de interesse para a comunidade. O Boletim Municipal reflecte e empola essa face limpa da autarquia. Com legitimidade, com compreensível parcialidade, mas lastimavelmente sem dar voz às oposições individuais ou colectivas. Como muitas outras autarquias, o que não legitima a nefasta atitude.
A vergonhosa margem esquecida e escondida da Baía, continua a representar o desleixo, as falhas não assumidas e o previlégio que dão às aparências. O lado negro desta Câmara é abafado pelas loas dos arautos de serviço e pela propaganda que faz crer que o preto é branco ou vice-versa.
Podem até desbaratar dinheiro em milhares de prospectos enaltecendo o meritório trabalho de tratamento de água, os quais perdem credibilidade quando referem que isso colocará o município ao melhor nível da Europa. Os papéis de propaganda não podem esconder a realidade.
Porque, mesmo atrás das grades, a poluição está lá, inexorável, teimosa e desmentindo, a que preço, toda a propaganda e confirmando todas as falhas desta Câmara Municipal do Seixal.
JORNADA DE ACÇÃO
Pela regularização dos(as) indocumentados(as),
contra a onda xenófoba e contra o Pacto Sarkozy
Associações convocam jornada de acção para
domingo, 12 de Outubro, às 15h, no Martim Moniz
Nos dias 15 e 16 de Outubro, o Conselho Europeu reunirá os chefes de Estado e de governo dos 27 para ratificar o "PACTO EUROPEU sobre IMIGRAÇÃO e ASILO", aprovado no conselho de ministros realizado a 25 de Setembro. O Pacto proposto por Nicolas Sarkozy, no contexto da presidência francesa da União Europeia, visa definir as linhas gerais da UE nesta matéria e assenta em cinco pontos fundamentais: organizar a imigração legal, priorizando a adopção do "cartão azul", para recrutamento de mão-de-obra qualificada; facilitar os mecanismos e procedimentos de expulsão e estabelecer nesse sentido parcerias com países terceiros e de trânsito; concretizar uma política europeia de asilo; reforçar o controlo das fronteiras; proibir os processos de regularização colectiva.
Depois da aprovação da Directiva de Retorno, com o voto favorável do Governo português, estas medidas representam mais uma vergonha para a Europa. O tratamento securitário das migrações, a definição de critérios discriminatórios para acesso ao trabalho, o aprofundamento da criminalização da migração, da militarização e externalização das fronteiras através do FRONTEX e a perseguição dos(as) cerca de 8 milhões de indocumentados(as) que vivem e trabalham na Europa - a quem é oferecida a expulsão como única saída -, são medidas que visam consolidar uma Europa Fortaleza, da qual não podemos senão nos envergonhar.
Em Portugal, a recente onda de mediatização da criminalidade e as recentes declarações de responsáveis governamentais que trataram os(as) imigrantes como bodes expiatórios para o aumento da criminalidade, abrem espaço para as pressões xenófobas e racistas, e criam um ambiente propício para a desresponsabilização do Governo. Em causa está a necessidade de regularização de dezenas de milhares de imigrantes que defrontam sérias dificuldades em regularizar a sua situação.
São homens e mulheres que procuraram fugir à miséria, fome, insegurança, obrigados a abandonar os seus países como consequência do aquecimento global e outras mudanças climáticas, ou que muito simplesmente tentaram mudar de vida, mas a quem não foi reconhecido o direito a procurar melhores condições de vida. Tratam-se de pessoas que não encontraram outra opção senão o recurso à clandestinidade, muitas vezes vítimas de redes sem escrúpulos, e que se confrontam com uma lei que diz cinicamente que "cada caso é uma caso", fazendo da regra a excepção e recusando à generalidade dos(as) imigrantes o reconhecimento da sua dignidade humana. Destaque-se a situação dos imigrantes sem visto de entrada, a quem a lei recusa qualquer oportunidade de legalização.
Solidários(as) com a luta que se desenvolve na Europa e no mundo contra as politicas racistas e xenófobas, também por cá vamos lutar pela regularização de todos imigrantes, sem excepção, cada homem/mulher - um documento. É uma luta emergente contra as pretensões de expulsão dos(as) imigrantes, contra a vergonha de uma Itália que estabelece testes ADN como instrumento de perseguição dos ciganos(as), contra as rusgas selectivas, arbitrárias e estigmatizantes, contra a criminalização dos(as) imigrantes, contra a ofensiva das políticas securitárias e racistas, alimentadas pelo tratamento jornalístico distorcido feito por alguns meios de comunicação social. Cientes de que está criado um ambiente de perseguição aos imigrantes na Europa, e rejeitando as pressões racistas e xenófobas dos Governos de Sarkozy e Berlusconi, organizações de imigrantes, de direitos humanos, anti-racistas, culturais, religiosas e sindicatos, decidiram marcar para o próximo dia 12 de Outubro, domingo pelas 15h, no Martim Moniz, uma jornada de acção pela regularização dos indocumentados(as),contra a onda de xenofobia e contra o Pacto Sarkozy.
ORGANIZAÇÕES SIGNATÁRIAS: Acção Humanista Coop. e Des.; ACRP; ADECKO; Ass, Apoio ao Est.. Africano; AIPA – Ass. Imig. nos Açores; APODEC; Ass. Caboverdeanade Lisboa; Ass. Cubanos R.P.; Ass. Lusofonia, Cult. e Cidadania; Ass. Moçambique Sempre; Ass. dos Naturais do Pelundo; Ass. dos Nepaleses; Ass. orginários Togoleses; Ass. R. da Guiné-Conacri; Ass. Olho Vivo; Ass. Recr. Melhoramentos de Talude; Ballet Pungu Andongo; CGTP-Intersindical; Casa do Brasil; Casa Grande do Brasil; Centro P. Arabe-Puular e Cultura Islâmica; Colect. Mumia Abu-Jamal; Comissão de Moradores do Bairro do Fim do Mundo; GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; Khapaz – Ass. de Jovens Afro-descendentes; Luta social; Núcleo do PT-Lisboa; Obra Católica Portuguesa de Migrações; Sindicatos dos Professores da Grande Lisboa; Solidariedade Imigrante; SOS Racismo; UMAR.
Os utentes dos serviços da Segurança Social têm um excelente apoio on-line http://www1.seg-social.pt/default.asp
As grandes empresas, os advogados e de uma forma geral, os utentes mais informaticamente esclarecidos, podem recorrer aos seus formulários, aos seus contactos, etc.
Contudo, a esmagadora maioria dos que necessitam destes serviços, são constituídos por pessoas com escassos recursos, económicos e culturais, enfileirando as longas filas de espera. Neste «Portugal moderno», de «grandes preocupações sociais», é desumano esquecer este exército de esquecidos.
É vê-los, quais marginais da noite, a enfileirarem-se desde as 5 da manhã, para mendigarem os seus direitos. Pobres, velhos, emigrantes e outros descartáveis, aguardam, sejam quais forem as condições climatéricas, que o relógio marque as 9 da manhã. Quantas vezes, uma funcionária, também ela massacrada por um trabalho esgotante, diz friamente que falta uma assinatura, um papel ou a paciência. Não faz mal, amanhã, cá estaremos às 5 da manhã, pode ser que então...
O dono do Cajado também teve 2 participações nessa famosa regata. A última, foi a bordo do Creoula, um ex-bacalhoeiro adaptado a navio de treino de mar da Marinha. Não tendo sido propriamente construído para participar em regatas, deu-se como peixe na água, quando os participantes foram apanhados por um temporal no N da Europa e gozámos da euforia de seguir em 1º enquanto durou a tempestade, que fechou as barras dos portos e pôs alguns veleiros à deriva! O Creoula, preparado para as duras condições do mar da Gronelândia, apenas matava saudades.
Eram tempos de União Soviética e o MIR tinha outros "donos". O convívio entre os nossos jovens estudantes, embarcados no Creoula e os novatos cadetes do MIR, limitou-se a uma formal visita àquele veleiro, a uns sorrisos tímidos sob os olhares dos atentos "preceptores". Só o humor não conhece a barreira da "guerra fria" e mais uma vez, foi a arma que quebrou o gelo. Alguém recordou um episódio da recente regata, em que um valoroso comandante de veleiro, conseguia, a coberto da noite, contrariar as leis da natureza e navegar à vela aproado ao vento. Ficou conhecido pelo intrépido cognome de Captain Diesel! A barreira, artificialmente criada, abalou um pouco, mas só viria a cair anos mais tarde - em Berlim e chamou-se Muro!
É um tema demasiado complexo para receber de imediato a concordância ou a discordância do Cajado. Contudo, convenhamos que Jerónimo de Sousa(JS) não começa muito bem, neste pressuposto dos dois partidos calcorrearem lado-a-lado os próximos caminhos. Nas mesmas declarações em que admite convergência, levanta logo o problema do BE ter «um espírito muito concorrencial com o PCP». No mesmo contexto, faz uma pergunta, a qual, em si mesma, é portadora de uma enorme carga crítica. Pergunta JS: «A questão que se coloca é se 'sim ou não que a situação [do país] exige uma ruptura, uma mudança?'. 'Que demarcação [tem o BE] com esta política'?» É estranho que JS não se tenha apercebido das posições do BE no Parlamento e nos diferentes espaços de luta, onde o PCP também tem estado presente. É estranho que JS admita uma convergência com um partido que lhe oferece esta "pequena dúvida" de fundo. É estranho que JS lamente que o BE tem um espírito muito concorrencial com o PCP, quando, fazendo uma sumária pesquisa a recentes artigos de Opinião do jornal Avante, o BE tem sido prendado com críticas violentas e até de muito mau gosto. Vejamos: O Maio deles, um verdadeiro mimo no seu todo, chegando a comparar as iniciativas do BE com as do salazarismo... Fortes como punhos, onde é referido que a «liberdade de desinformar – no total desrespeito pela democracia, pelos direitos, pela inteligência e pela sensibilidade dos cidadãos», «está na mesma linha do e ao serviço dos mesmos interesses» «do chefe da UGT e da Convenção do Bloco de Esquerda». Bloco de Esquerda - Um neo-reformismo de fachada socialista, onde acusa F. Louçã de «contrapor as suas teses às do PCP, que teima em imitar ao contrário.»
Será que JS quer mesmo convergências? Ou é uma manobra política de propor, "solidariamente", algo que sabe não ter condições para ser aceite, ficando assim com o trunfo da abertura rejeitada?
Cardenal Renato Martino, Presidente del Pontificio Consejo Justicia y Paz, en conferencia realizada en la Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (Chile): “Las bienaventuranzas del político”. 1. Bienaventurado el político que tiene un elevado conocimiento y una profunda conciencia de su papel. 2. Bienaventurado el político cuya persona refleja la credibilidad. 3. Bienaventurado el político que trabaja por el bien común y no por su propio interés. 4. Bienaventurado el político que se mantiene fielmente coherente. 5. Bienaventurado el político que realiza la unidad y, haciendo a Jesús punto de apoyo de aquélla, la defiende. 6. Bienaventurado el político que está comprometido en la realización de un cambio radical. 7. Bienaventurado el político que sabe escuchar. 8. Bienaventurado el político que no tiene miedo.
Bem aventurado aquele que não se limita a pronunciar boas orientações, mas assume os erros cometidos e pede desculpa a um povo massacrado por Pinochet, com a bênção da Igreja.
Ressuscitemos a célebre exclamação - "Isso agora, ponto e vírgula". Esta frase de cariz popular, representava uma forma simbólica de dizer que levantava muitas objecções e exigia explicações a algo que lhe merecia desconfiança. Regresse o "ponto e vírgula" como forma de dizer BASTA!
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